Terminou interrogatório de Afonso Salema. Vitor Escária é o detido que se segue

Administrador da Start Campus, um dos cinco detidos no âmbito da investigação desencadeada pelo Ministério Público, já anunciou que vai renunciar ao cargo na empresa.

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O Sines 4.0 é o megaprojecto da Start Campus administrada por Afonso Salema Nuno Ferreira Santos

O interrogatório ao administrador da sociedade Start Campus Afonso Salema, detido no âmbito da investigação aos negócios do lítio e hidrogénio, terminou e o advogado espera apresentar as alegações no domingo de manhã.

À saída das instalações do Campus de Justiça, em Lisboa, depois da conclusão do interrogatório a Afonso Salema, um dos cinco detidos no âmbito da Operação Influencer, o advogado Pedro Duro disse aos jornalistas contar apresentar as alegações no domingo, às 11h00.

"As medidas de coacção serão quando o juiz tiver condições, se eu tive uns dias duros, o juiz teve uns dias muito duros, porque esteve a ouvir toda a gente, portanto ele terá obviamente de digerir isto tudo. Se consegue fazer domingo, ou segunda, não sei", afirmou Pedro Duro.

Na sexta-feira, Afonso Salema anunciou pela voz do seu advogado a intenção de renunciar às funções na Start Campus, após ser sujeito a interrogatório judicial.

À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, o advogado de Afonso Salema justificou a renúncia com "a protecção do nome bom nome da empresa, dos trabalhadores e do projecto".

Pedro Duro afirmou também que, independentemente de Afonso Salema ficar ou não em prisão preventiva, "há um conjunto de consequências até reputacionais que é preciso acautelar para assegurar o futuro da empresa e daqueles que nela trabalham".

Além dos dois administradores da Start Campus, que está no centro das investigações, estão também detidos Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro exonerado, Diogo Lacerda Machado, advogado, consultor e amigo de António Costa e Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines.

Nuno Mascarenhas foi primeiro a prestar declarações, na quinta-feira, seguindo-se Rui Oliveira Neves, Afonso Salema, Vítor Escária, e, por último, Diogo Lacerda Machado.

A operação de terça-feira do Ministério Público levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório e a constituição de quatro arguidos, designadamente o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira, e a empresa Start Campus.

Na investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e do "data center" de Sines podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção activa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.

O primeiro-ministro, António Costa, que apresentou a demissão na terça-feira, é alvo de uma investigação autónoma do MP num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados.

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