Centeno foi convidado por Costa para primeiro-ministro com autorização de Marcelo

Ex-ministro das Finanças aceitou o convite pelo interesse nacional e por ser feito pelo primeiro-ministro demissionário e com a concordância do Presidente.

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Mário Centeno aceitou o convite para primeiro-ministro, que lhe foi feito por António Costa em seu nome e em nome do Presidente LUSA/ANTÓNIO COTRIM
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, foi convidado para ser indicado como primeiro-ministro, na terça-feira, por António Costa, em seu nome e com a concordância do Presidente da República, soube o PÚBLICO.

O convite foi feito por António Costa, por telefone, na terça-feira, depois de ter falado com Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, e ter apresentado ao Presidente a ideia de que o PS propunha que a legislatura se cumprisse até 2026. Para isso, o PS proporia o nome de um novo primeiro-ministro, que o substituísse até ao fim da legislatura.

Nessa conversa, António Costa propôs a Marcelo Rebelo de Sousa que esse novo primeiro-ministro fosse Mário Centeno, ministro das Finanças do primeiro Governo de António Costa e ex-presidente do Eurogrupo. O Presidente admitiu a possibilidade e pediu ao primeiro-ministro demissionário que auscultasse Mário Centeno, que não é militante do PS.

Contactado por António Costa, Mário Centeno aceitou o convite e disponibilizou-se para ocupar a chefia de um novo governo apoiado pelo PS no Parlamento. Fê-lo em nome do interesse nacional e tendo em conta que o convite era feito pelo primeiro-ministro demissionário com a anuência do Presidente da República.

Daí que, durante a tarde de quinta-feira, à saída de uma conferência em Lisboa, onde participou como governador do Banco de Portugal, Mário Centeno tenha respondido as jornalistas, que o questionavam sobre a hipótese do seu nome vir a ser indicado, sem responder. Limitando-se a dizer: “Falamos depois, está bem?” E, perante a insistência dos jornalistas, repetiu: “Eu já vos disse que falamos depois, a sério.”

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