Actores põem fim a greve após acordo com grandes estúdios de Hollywood

Foi alcançado um “acordo de princípio” após 118 dias de greve dos actores. Na sexta-feira serão divulgados mais detalhes do novo contrato colectivo de trabalho.

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Manifestação dos actores em Los Angeles EPA/ETIENNE LAURENT

Actores e grandes estúdios de Hollywood chegaram a um acordo que vai pôr fim à greve que paralisa a produção de filmes e séries nos Estados Unidos há meses, e que prejudicou em milhares de milhões de euros a economia norte-americana.

A greve vai terminar oficialmente esta quinta-feira, anunciou em comunicado o Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists (SAG-AFTRA), sindicato que representa os actores e as actrizes de Hollywood.

Foi alcançado, por unanimidade, um “acordo de princípio”​ após 118 dias de greve dos actores, que exigiam melhores salários e salvaguardas face à inteligência artificial. O conteúdo exacto do acordo ainda não foi revelado, mas mais detalhes serão divulgados na sexta-feira, prometeu o sindicato.

A publicação especializada Variety fala num aumento salarial histórico e refere que, com o novo contrato colectivo de trabalho, haverá aumentos-base de 7% transversais a vários direitos laborais — os argumentistas de Hollywood, que estiveram em greve entre Maio e Outubro, só conseguiram, num primeiro momento, um aumento de 5% nas suas negociações.

A Variety acrescenta que, segundo um e-mail enviado pela direcção do SAG-AFTRA aos membros do sindicato, o acordo também inclui um bónus por participação em conteúdos com circulação no universo do streaming (a formulação original é “streaming participation bonus”).

Os 160 mil actores, bailarinos e duplos que são membros do sindicato têm ainda de aprovar o novo acordo colectivo numa votação antes de poderem regressar aos estúdios e permitir que as filmagens sejam retomadas.

Nas últimas duas semanas, as negociações do SAG-AFTRA com a direcção da Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), que representa os grandes estúdios de Hollywood e as plataformas de streaming,​ tiveram lugar quase diariamente, muitas vezes com os directores executivos da Disney, da Netflix, da Warner Bros e da Universal sentados à mesa.

À excepção de uma minoria de celebridades, a maior parte dos actores estava, nos últimos meses, a sentir cada vez mais dificuldade para garantir a sua subsistência — alguns tiveram inclusivamente de encontrar outros empregos.

Os estúdios foram confrontados com vazios enormes nos calendários de estreias para o próximo ano e os seguintes. Depois de terem sido forçados ao adiamento de grandes produções, como a segunda parte da saga Dune e a série Stranger Things, querem voltar a trabalhar o mais rapidamente possível.

Possivelmente ainda este mês, serão retomadas produções que estavam já em curso, como os filmes Gladiador 2, Deadpool 3, Mortal Kombat 2, Twisters ou Venom 3.

Os actores iniciaram a sua paralisação a 14 de Julho. Na altura, juntaram-se aos argumentistas, que se encontravam em greve desde 2 de Maio. Foi um momento histórico em Hollywood: pela primeira vez em 60 anos, actores e argumentistas protestavam e renunciavam ao trabalho juntos. O sindicato Writers Guild of America, que representa os argumentistas, chegou a um entendimento com a AMPTP no final de Setembro.

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