O Brasil admirável e assustador da soja que se encontra em Sorriso

Sorriso, paraíso da soja, é o rosto de um outro Brasil. O Brasil da ciência e do empreendedorismo. O Brasil que sobrou da destruição da savana e da floresta. O Brasil retorcido que inspirou Bolsonaro.

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Ha zonas da Amazónia que são o paraíso da soja Nacho Doce/Reuters
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Depois de se andar algumas semanas pelas cidades do Norte do Brasil, chega-se a Sorriso e ganha-se um espanto: os automobilistas param nas passadeiras. Ou mais do que um: as ruas estão mais limpas; os passeios não escondem armadilhas; os canteiros estão cuidados; não há sem-abrigo à luz do dia nas ruas centrais. Quem vier de uma cidade como Vilhena, na Rondónia, para Sorriso ou Sinop, no Mato Grosso, encontrará outras diferenças, mas não deixará de encontrar um denominador comum neste vasto território do interior do Brasil onde em meio século a savana (cerrado) e a floresta tropical foram derrubados para dar lugar a um dos paraísos mundiais do agro-negócio. Sorriso é o município do mundo que produz mais soja. E se o vale de Teles Pires, onde se insere, fosse um país, seria o sétimo maior produtor de soja do planeta. No coração do “arco do desmatamento”, nasceu uma nova economia que estimulou uma nova sociedade e está a criar uma nova cultura.

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