A Honda Motor e a General Motors (GM) estão a abandonar o plano para desenvolver em conjunto veículos eléctricos a preços acessíveis, disse a empresa japonesa na quarta-feira, apenas um ano depois de terem concordado em trabalhar em conjunto numa tentativa de bater a Tesla nas vendas.

A decisão ressalta a mudança estratégica da GM para retardar o lançamento de vários modelos a baterias para se concentrar no lucro, enquanto luta com os custos crescentes das greves da United Auto Workers, que subiram para 200 milhões de dólares (189 milhões de euros) por semana este mês. E o fabricante de automóveis dos EUA reviu em baixa, na terça-feira, a sua perspectiva de lucro para 2023.

“Depois de realizar algumas pesquisas e análises, ambas as partes decidiram encerrar o desenvolvimento”, comunicou a Honda. “Cada empresa continuará a trabalhar para oferecer modelos acessíveis para o mercado de veículos eléctricos.”

A empresa japonesa ressalvou que mantém o seu plano de vender apenas veículos electrificados (híbridos, híbridos plug-in e 100% eléctricos) até 2040.

As duas empresas concordaram em Abril do ano passado em desenvolver uma série de veículos eléctricos de baixo preço com base numa nova plataforma conjunta, produzindo potencialmente milhões de carros a partir de 2027. Os fabricantes de automóveis afirmaram que o acordo se destinava a veículos eléctricos “acessíveis”, incluindo crossovers compactos, construídos com a tecnologia de baterias Ultium da GM.

A Bloomberg foi a primeira a noticiar a decisão, citando uma entrevista com o director executivo da Honda, Toshihiro Mibe. “Depois de estudar esta questão durante um ano, decidimos que seria difícil como negócio, pelo que, de momento, estamos a terminar o desenvolvimento de um EV acessível”, disse Mibe na entrevista.