AMP avança com dois milhões de euros para obras no Coliseu do Porto

O organismo presidido por Eduardo Vítor Rodrigues anunciou também a candidatura das obras a fundos europeus. E admite entrar com cinco milhões para a futura academia da associação de futebol.

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O Coliseu do Porto vai ter obras no telhado a partir de Novembro Nelson Garrido

A Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, a comparticipação nas obras de reabilitação do Coliseu do Porto, e também na futura academia da Associação de Futebol do Porto (AFP), investimentos que, no conjunto, orçarão em cerca de sete milhões de euros.

Sobre o Coliseu, o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, disse à Lusa que a participação decorre da condição deste organismo enquanto associado da Associação Amigos do Coliseu, que conta ainda com o Ministério da Cultura e a Câmara do Porto.

"Se fizermos uma divisão simples, que ainda vai ser negociada, porque acreditamos que o Estado possa entrar com capital suplementar, estamos sempre a falar na casa de um terço dos seis milhões que estão previstos para reabilitar a infra-estrutura [do Coliseu], portanto, cerca de dois milhões de euros, disse à Lusa Eduardo Vítor Rodrigues.

O também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia acrescentou que, agora, será feita a candidatura a fundos europeus, e que a intenção é manter o Coliseu na esfera pública, "sem ter que ir à solução um bocadinho mais polémica, que era a solução da concessão". "Dessa forma, fica respeitada a vontade do presidente da Câmara do Porto [Rui Moreira], e a vontade – acho que de toda a região –​ que preferiria ter o equipamento no âmbito público do que num âmbito concessionado", acrescentou o presidente da AMP.

No dia 9 de Outubro, o presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto, Miguel Guedes, anunciou que as obras mais imediatas de substituição do telhado do edifício iriam arrancar em Novembro e ser concluídas em Janeiro um calendário que confirmou, ainda esta quinta-feira, ao PÚBLICO. Nesta ocasião, o presidente e também músico avançou a verba de 3,5 milhões de euros como a necessária para a realização das intervenções mais “urgentes e decisivas” na reabilitação de um edifício que vai já fazer 82 anos, por exemplo, na fachada, nas caixilharias e nos circuitos de acessibilidade. Também na quinta-feira, Miguel Guedes manifestava a expectativa de que a AMP avançasse com a candidatura dessas obras ao programa Portugal 2030.

Academia de futebol em análise

Quanto à construção da academia da Associação de Futebol do Porto (AFP), a AMP tem "um ponto partida de cinco milhões" de euros, mas ainda será analisado, no decorrer do "processo negocial, o valor em concreto e qual é a metodologia de distribuição do ónus financeiro".

"A contratualização é feita com a AMP enquanto entidade jurídica, mas quem comparticipa financeiramente são apenas os municípios do distrito do Porto, uma vez que no distrito de Aveiro, onde estão muitos municípios da área metropolitana, há um projecto idêntico, e os municípios de Aveiro já estão a pagar para esse projecto", explicou Eduardo Vítor Rodrigues.

Os municípios da AMP que fazem parte do distrito de Aveiro são Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Arouca e Vale de Cambra.

O novo centro de formação da AFP pode vir a ser "utilizado pelos próprios municípios, mediante calendarização, naturalmente, mas apenas os municípios do distrito do Porto", explicou.

Em Março, a Câmara do Porto concretizou a escritura de cedência de um terreno, em Ramalde, para a instalação da academia da AFP. O projecto prevê três campos de futebol de 11 (dois sintéticos e um relvado), um para o futebol de praia e outro para segmentos específicos, como o treino de guarda-redes, balneários, armazéns e zonas de logística, assinala o comunicado na página oficial da autarquia, que confirma a academia na Avenida da Cidade de Xangai (Prelada), em Ramalde.

A 24 de Outubro de 2022, a cedência do direito de superfície do terreno à AFP foi aprovada com os votos favoráveis do movimento independente de Rui Moreira, PSD e PS, o voto contra da CDU e a abstenção do BE.

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