Miguel Guedes vai ser o próximo presidente do Coliseu do Porto

Músico dos Blind Zero será a escolha da Câmara do Porto, a quem cabe a nomeação do próximo presidente do Coliseu do Porto. Miguel Guedes substitui Mónica Guerreiro no início de 2023.

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Miguel Guedes, vocalista dos Blind Zero, vai presidir ao Coliseu do Porto a partir de 2023 Nelson Garrido

A Câmara do Porto vai indicar o músico Miguel Guedes para presidir ao Coliseu do Porto no triénio 2023-2026. A nomeação será oficializada na próxima assembleia geral dos Amigos do Coliseu, que deverá acontecer ainda durante o mês de Janeiro, confirmou Rui Moreira ao PÚBLICO. “Assegurar e reforçar o interesse público e a ligação umbilical [do Coliseu] com a cidade” é uma prioridade, afirma Miguel Guedes.

A escolha recai sobre uma figura “consensual”, “reconhecida na cidade e não só”, destaca Rui Moreira, garantindo que o nome já terá o aval do ministro da Cultura e do presidente da Área Metropolitana do Porto, representantes das entidades que, juntamente com a autarquia, são os maiores parceiros institucionais na Associação Amigos do Coliseu.

Para Miguel Guedes, o convite tem um lado “emocional” importante e é uma oportunidade para “devolver ao Coliseu” aquilo que ele lhe deu: “Um espaço formativo, simbólico, material, onde cresci a ver espectáculos das mais diversas origens”, disse ao PÚBLICO. O vocalista dos Blind Zero quer “ajudar a preservar e fazer crescer o Coliseu na cidade”.

Para o presidente da Câmara do Porto, Miguel Guedes junta o conhecimento na área da música e da própria cidade ao facto de ser um “jurista qualificado”, qualificação importante para o cargo em causa. “Sendo a vocação principal do Coliseu o acolhimento de música, acho que ter alguém tão reconhecido como o Miguel [Guedes] é importante para os seus pares”, acrescenta o autarca.

O nome do músico que em 2016 foi programador do Porto Best Of, um ciclo de espectáculos no Rivoli vai ser apresentado ao executivo ainda em Janeiro, seguindo-se uma assembleia geral dos Amigos do Coliseu, que Rui Moreira acredita poder realizar-se no mesmo mês.

Miguel Guedes vai substituir Mónica Guerreiro (ver caixa) e terá a concessão do Coliseu como um dos maiores desafios do seu mandato.

Concessão: concurso atrasado

Após o anúncio, em 2021, de que a entrega do edifício histórico do Porto a privados estava suspensa e de que a reabilitação seria garantida pela Câmara do Porto e pelo Ministério da Cultura, o processo de concessão da sala foi retomado. Em Julho de 2022, a direcção da Associação Amigos do Coliseu votou, unanimemente, a favor da concessão.

O concurso para a concessão atrasou-se porque foi pedido um novo estudo técnico para avaliar as patologias do edifício, justifica Rui Moreira, explicando que essa informação deverá constar no caderno de encargos.

O lançamento do concurso será anunciado já pela nova direcção, aponta, garantindo que o caderno de encargos, que deverá fixar o tempo de concessão entre os 20 e os 30 anos, vai definir o tipo de actividades que têm de estar garantidas e a manutenção dos postos de trabalho actuais.

Para Miguel Guedes, a concessão foi uma “decisão unânime da Associação de Amigos do Coliseu”, anunciada “depois de um processo histórico que foi repleto de sentimentos boomerang”. As obras no edifício, destacou, são “absolutamente urgentes”.

“Espero que o Coliseu possa ser um espaço referencial, que a sua imensa história exige. E que seja um modelo de defesa do interesse público, da ligação emocional à cidade e área metropolitana, um exemplo de boas práticas e de opções culturais eclécticas e exigentes”, conclui.

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