Santana afasta-se de Belém: “No estado em que está o mundo, não quero participar nessa corrida”

Declaração surge após o antigo primeiro-ministro ter criticado Marques Mendes por este se ter referido à Figueira da Foz como uma “terra perto de Coimbra”. Santana considerou-o um “dito ordinário”.

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Santana Lopes, Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Depois de já este ano ter admitido a possibilidade de ser candidato nas próximas eleições à presidência da República, Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro, veio esta quarta-feira afastar-se da corrida presidencial prevista para 2026: “Cada vez mais sei e sinto, no estado em que está o mundo, que não quero participar nessa corrida”, escreveu no seu Facebook.

A garantia dada esta quarta-feira surge depois de em Abril, em entrevista à RTP3, Santana Lopes ter começado por dizer que não está "para aí virado" para logo afirmar que não vê "ninguém com melhor currículo" do que o próprio para ser Presidente da República. "Não há um dia que ande na rua e não me falem disso", frisou. E depois de, em Junho, ter dito ao Observador que uma eventual candidatura a Belém "é algo que não está excluído": "Tenho currículo e vontade. Se houver condições para vencer essa disputa, poderei estar lá.”

Na mesma publicação feita na manhã desta quarta-feira, o antigo líder do PSD diz querer tornar “bem claro” que o que escreveu na véspera, também no Facebook – considerando “ordinário” que Luís Marques Mendes se tenha referido à Figueira da Foz como uma “terra perto de Coimbra” – nada tinha a ver “com qualquer disputa pré-eleitoral” e nota estar “convencido” de que o comentador também não será candidato. Observou ainda que José Miguel Júdice, na televisão, disse que a Faixa de Gaza e a Figueira da Foz tinham uma área equivalente — concluindo que é “isso que se passa: todos falam na Figueira, muitos vêm à Figueira [e] não há quem não saiba onde é a Figueira”.

Na anterior publicação, intitulada “ordinarice”, Santana Lopes disse que Marques Mendes, antigo presidente do PSD e no final de Agosto admitiu poder ser candidato a Belém em 2026, estava “nervoso” e “incomodado”. “Não devia”, acrescentou Santana, uma vez que “deu um salto grande nas sondagens manipuladas”. Todavia, segundo Santana, Mendes sabe que este “salto” é “falso”: e daí a “agitação” que o levou a referir-se à Figueira da Foz como “uma terra perto de Coimbra” — o que, para Santana Lopes, constituiu um “dito ordinário”.

“Exijo-lhe respeito total pela Figueira da Foz. Não vou responder com a mesma moeda e cometer a ordinarice de falar da terra dele. Tenha tino. Não repita”, conclui o antigo primeiro-ministro.

Na publicação da manhã desta quarta-feira, Santana Lopes volta a atacar as sondagens e considera que não foi “incorrecto” ou provocou alguém. “Foi o dito comentador que se referiu à Figueira da Foz em termos que não aceitamos”, acrescenta, exigindo-lhe “um pedido de desculpas”.

Há cerca de uma semana, uma sondagem do ICS/Iscte para a SIC e o Expresso mostrou que o almirante Henrique Gouveia e Melo surge como o nome melhor em que os inquiridos assumiram haver maior probabilidade de votarem num contexto de eleições presidenciais. Nessa sondagem, entre 17 nomes, Marques Mendes aparecia como o quarto com mais possibilidades de recolher os votos dos entrevistados e Pedro Santana Lopes como décimo quarto.

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