Mais de metade do concelho da Calheta já ardeu, diz autarca

Dos 116 quilómetros quadrados do concelho, a Protecção Civil indica que já arderam 70.

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O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18h, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
Estreito da Calheta
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O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18h, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
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O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18h, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

Mais de metade do concelho da Calheta, na Madeira, ardeu devido ao incêndio que deflagrou na quarta-feira e que ainda lavra, disse esta quinta-feira o presidente do município, indicando que há a registar uma pessoa desalojada.

“Números avançados pela Protecção Civil indicam que já arderam 70 quilómetros quadrados do concelho. O concelho tem 116 quilómetros quadrados, já ardeu mais de metade”, disse Carlos Teles, frisando que esta é uma situação que “está sempre a evoluir”.

Em declarações à agência Lusa, perto das 22h, o autarca especificou que o fogo que deflagrou na quarta-feira, pelas 18h, afectou sobretudo as freguesias da Ponta do Pargo, da Fajã da Ovelha e dos Prazeres, “além de toda a zona florestal”. Segundo Carlos Teles, a área urbana mais afectada situa-se na freguesia da Ponta do Pargo.

Não há feridos a registar

Quanto a danos, há a registar até agora uma casa ardida e uma mulher desalojada, residente naquela habitação e que vai ficar esta noite em casa de uma vizinha, indicou. “Amanhã [sexta-feira], os técnicos da Câmara, juntamente com a Segurança Social, vão trabalhar para arranjar uma solução para esta senhora”, assegurou.

Num ponto de situação feito às 20h, no Funchal, o secretário regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, disse que uma casa devoluta e outra não habitada tinham sido destruídas pelas chamas na Calheta.

À agência Lusa, o presidente do município disse ainda que “não há feridos”, mas há a registar a morte de alguns animais domésticos.

Oito pessoas receberam assistência médica devido aos incêndios que lavram na Madeira, em três concelhos, entre as quais um bebé por inalação de fumo, indicou, esta quinta-feira, o secretário regional da Saúde e Protecção Civil.

Em conferência de imprensa no Serviço Regional de Protecção Civil, no Funchal, Pedro Ramos apresentou o ponto da situação dos três incêndios que estão activos nos concelhos de Câmara de Lobos, Calheta (zona oeste) e Porto Moniz (costa norte), e anunciou a chegada à região, na manhã de sexta-feira, de uma equipa de 55 elementos da força especial de bombeiros enviada pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).

O governante adiantou que o combate às chamas envolve um total de 127 operacionais, com o apoio de 42 viaturas e do helicóptero, que opera apenas durante o dia, e que efectuou 55 descargas de água esta quinta-feira.

O único helicóptero de combate a incêndios disponível na Madeira esteve a ajudar durante o dia, mas já não está a trabalhar por falta de visibilidade, retomando os trabalhos na sexta-feira de manhã.

Calheta e Porto Moniz activam planos municipais de emergência

As câmaras da Calheta e do Porto Moniz activaram esta quinta-feira os respectivos planos municipais de emergência e protecção civil.

Em comunicado, a Câmara da Calheta, presidida por Carlos Teles, justifica a activação do plano municipal com os "incêndios devastadores" que decorrem no concelho, destruindo "bens materiais e vastas áreas de vegetação, forçando muitos residentes a abandonarem as suas casas em busca de segurança".

Também a Câmara do Porto Moniz, liderada por Emanuel Câmara, anunciou em comunicado a activação do seu plano, depois de ouvida a Comissão Municipal de Protecção Civil.

Durante a tarde, deflagrou outro incêndio no concelho de Câmara de Lobos, contíguo ao Funchal a oeste, numa área florestal, no sítio da Vera Cruz, freguesia da Quinta Grande, que permanece activo.

O fogo levou à evacuação do centro de saúde das Achadas da Cruz e do lar de idosos de Porto Moniz, tendo sido os utentes transferidos para o pavilhão do concelho.

Durante a tarde, este incêndio já tinha obrigado ao encerramento de uma escola e do centro de saúde da freguesia da Fajã de Ovelha, no concelho da Calheta.

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