Marcelo promete ler diploma “longo e elaborado” da nova orgânica do SNS

Presidente da República esteve na apresentação de um livro do antigo dirigente do PSD António Pinto Leite, que juntou Passos Coelho, Cavaco Silva, Santana Lopes e Paulo Portas.

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Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa na apresentação do livro de António Pinto Leite LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Depois de ontem já ter assinalado, em tom crítico, o atraso de “ano e meio” dos estatutos da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Presidente da República evitou comentar o conteúdo da portaria publicada esta quinta-feira, prometendo ler o diploma que, sublinha, é “longo e complexo”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi lacónico no comentário que fez, esta quinta-feira à noite, aos jornalistas sobre a publicação da portaria que concretiza a reforma do SNS ao estabelecer os estatutos da Direcção Executiva, que está em funções há um ano. "Recebi a portaria, não tenho que assinar, mas é [um documento] muito longo e muito elaborado, prometo lê-lo e depois dizer qualquer coisa", afirmou, afastando a ideia de que foi a sua crítica desta quarta-feira que espoletou a publicação da portaria por parte do Governo.

O Presidente falava à saída da apresentação do livro “Não há vidas grátis”, do advogado e antigo dirigente do PSD António Pinto Leite. A iniciativa juntou dois antigos primeiros-ministros, Pedro Passos Coelho, e Pedro Santana Lopes, bem como o antigo Presidente da República Cavaco Silva.

Passos Coelho chegou cedo à apresentação do livro, na sociedade de advogados Morais Leitão, em Lisboa, e ficou na segunda fila ao lado de António Lobo Xavier, depois de ter estado a conversar alguns minutos com Armindo Monteiro, presidente da CIP. Do outro lado não chegou a sentar-se Paulo Portas, que ficou à entrada da sala por ter de sair mais cedo. À saída, o antigo líder do Governo não quis falar aos jornalistas sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024.

Já Cavaco Silva, numa curta declaração, disse não ter “informação suficiente sobre o grau de ilusão e de anestesia fiscal que está presente neste Orçamento e na sua apresentação pública”. Questionado sobre se há ilusão na proposta orçamental, o antigo chefe de Estado disse que a ilusão e anestesia fiscal são conceitos muito importantes que foram criados por um académico italiano do início do século XX, Amilcare Puviani.

Na apresentação do livro, para o qual escreveu o prefácio, Marcelo falou das “quatro vidas” de António Pinto Leite, a família, a fé, a advocacia e a política, dizendo lamentar que esta última tenha sido “a mais sacrificada”.

“Fica sempre uma sensação de vazio sobre o que poderia ter sido o contributo nessa vida política. Podia ser inimaginável porque [Pinto Leite] tinha uma imaginação”, disse, lembrando que o advogado “foi militante de base e segurança do PSD”, contribuindo para o "crescimento do partido e abertura à sociedade".

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