Jornal Washington Post quer cortar 240 postos com rescisões voluntárias

A empresa decidiu seguir esta via num esforço para evitar “acções mais difíceis, como despedimentos”. Os novos cortes deverão afectar cerca de 10% dos 2500 trabalhadores do Washington Post.

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O Washington Post passou por rondas de despedimentos, no final do ano passado e no início de 2023, e assistiu a cortes que incluíram o fim da revista de domingo Reuters/GARY CAMERON

O jornal The Washington Post planeia cortar 240 postos de trabalho através de rescisões voluntárias, anunciou o diário.

Num email enviado aos funcionários, a directora-geral interina Patty Stonesifer disse que o jornal tinha sido "excessivamente optimista" em relação às projecções de crescimento para os últimos dois anos e para 2024.

"Estamos a trabalhar para encontrar formas de fazer regressar o nosso negócio a um lugar mais saudável no próximo ano", escreveu, na terça-feira.

Stonesifer indicou que as rescisões iam ser oferecidas a determinados postos e departamentos, sem especificar quais. Os funcionários elegíveis serão notificados após uma reunião de todos os trabalhadores, na quarta-feira.

Mais tarde, podem optar por recusar ou aceitar a proposta de rescisão nas próximas semanas. "Um grupo muito maior de funcionários receberá a oferta, mas as aceitações serão limitadas a aproximadamente 240 pessoas", escreveu Stonesifer.

A empresa decidiu seguir esta via num esforço para evitar "acções mais difíceis, como despedimentos".

Os novos cortes, que deverão afectar cerca de 10% dos 2500 trabalhadores do Washington Post, surgiram na sequência de reduções anteriores, mas mais pequenas, verificadas na empresa há pouco tempo.

O jornal passou por rondas de despedimentos, no final do ano passado e no início de 2023, e assistiu a cortes que incluíram o fim da revista de domingo.

O anúncio de terça-feira surpreendeu o sindicato dos trabalhadores, Washington Post Guild, que escreveu "estar furioso" com a decisão e "preocupado com os colegas dedicados e brilhantes".

"Não conseguimos compreender como é que o Post, propriedade de uma das pessoas mais ricas do mundo, decidiu fazer recair as consequências de um plano de negócios incoerente e de uma expansão irresponsavelmente rápida sobre as pessoas que trabalham arduamente e fazem esta empresa funcionar", acrescentou o sindicato, numa declaração partilhada na rede social X (ex-Twitter), na terça-feira.

Desde 2013 que o jornal é detido pela Nash Holdings, uma empresa controlada pelo empresário Jeff Bezos, a terceira pessoa mais rica do mundo.

Em Julho, o New York Times noticiou que o Washington Post pode perder cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 94 milhões de euros) este ano.

Além do Post, muitos outros meios de comunicação social cortaram postos de trabalho nos últimos meses. Em Junho, o Los Angeles Times disse que ia cortar cerca de 10% da redacção, tal como a emissora pública NPR anunciou no início deste ano. A Gannett, a maior cadeia de jornais do país, também despediu centenas de jornalistas em 2022.

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