Sismos no Afeganistão provocaram 2000 mortos. País pede ajuda

Cerca de seis aldeias foram destruídas e centenas de civis ficaram soterrados sob os escombros

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País é muito vulnerável a desastres naturais EPA/STRINGER
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Cerca de 2000 pessoas morreram na sequência do terramoto de magnitude 6,3 que atingiu no sábado a província de Herat, no oeste do Afeganistão, indicou este domingo num novo balanço o governo taliban. Há mais de 9000 feridos.

Cerca de seis aldeias foram destruídas e centenas de civis ficaram soterrados sob os escombros, afirmou o porta-voz do Ministério da Informação, Abdul Wahid Rayan, que apelou a ajuda urgente. No local encontram-se dez equipas de resgate.

Um anterior balanço, também divulgado este domingo, dava conta de "mais de 1000" vítimas mortais. O primeiro apontava para apenas 16 vítimas.

"Infelizmente, o número de mortos é muito elevado", referiu à agência France-Presse o porta-voz do governo taliban Bilal Karimi. Terão sido os sismos mais mortíferos dos últimos anos no país.

À Reuters, Mullah Janan Sayeeq, porta-voz do Ministério de Desastres, disse que 2053 pessoas morreram, 9240 ficaram feridas e 1329 casas foram danificadas ou destruídas.

Mais de 200 corpos foram levados para diferentes hospitais ou bases militares, disse à agência um profissional de saúde de Herat chamado Danish, a maioria de mulheres e crianças. Foram montadas camas no exterior do principal hospital da área para receber as vítimas, revelam fotografias publicadas nas redes sociais.

Aos jornalistas, Suahil Shaheen, porta-voz do gabinete político dos taliban no Qatar, disse que há falta de alimentos, alimentos, água potável, medicamentos, roupas e tendas

Já este sábado os taliban tinham exortado as organizações locais a chegar às zonas atingidas pelo terramoto o mais rapidamente possível para ajudar a levar os feridos para o hospital, acolher os sem-abrigo e entregar alimentos aos sobreviventes.

“Estamos todos na rua”

O Afeganistão registou no sábado pelo menos sete sismos. O primeiro, o de maior magnitude (6,3 na escala de Richter), ocorreu às 12h11 locais (mais quatro horas que em Portugal), a uma profundidade de 14 quilómetros e a 33 quilómetros da cidade de Zindah Jan, localizada na província de Herat.

Seguiram-se quatro réplicas consecutivas de 5,5; 4,7; 6,3; e 5,9, respectivamente, no espaço de uma hora.

O quarto sismo, também de 6,3 graus, registou-se a cerca de 10 quilómetros de profundidade e a cerca de 29 quilómetros de Zindah Jan.

Mais tarde, o serviço de sismologia norte-americano detectou outros dois sismos quase uma hora depois, também na província de Herat (4,8 e 4,9 graus, respectivamente).

A população de Herat está em pânico. "As pessoas deixaram as suas casas, estamos todos na rua", disse à Reuters Naseema, habitante de Herat, numa mensagem de texto.

O país asiático é muito vulnerável a desastres naturais por estar situado na cadeia montanhosa do Hindu Kush, uma zona de grande actividade sísmica e habitual ponto de origem dos movimentos telúricos na região.

Existem 202 unidades públicas de saúde em Herat. Uma delas é o principal hospital da região, para onde foram transportados 500 feridos, indicou a Organização Mundial de Saúde (OMS). A maioria, porém, são pequenos centros de saúde e há questões logísticas a dificultar as operações, sobretudo em áreas remotas, disse a OMS.

"Embora as operações de busca e salvamento continuem em curso, as vítimas nestas áreas ainda não foram totalmente identificadas."

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