Oferta reforçada: há mais de 1200 cursos para executivos

Dos mestrados às pós-graduações, passando pelos MBA, as instituições de ensino superior fizeram crescer a oferta formativa na área da gestão e dos negócios.

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Mais de 40% dos cursos listados estão sediados na Área Metropolitana de Lisboa — sobretudo nos municípios de Lisboa e de Cascais, onde fica a Nova Business School (na imagem) Maria Abranches
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As instituições de ensino superior nacionais reforçaram a oferta formativa destinada a executivos. O portefólio na área de gestão e negócios tem mais de 1200 cursos, o que significa um aumento na ordem dos 2,5% nos últimos cinco meses. A maioria destes são pós-graduações e mestrados, sendo cada vez mais as opções para formação feita à distância.

Há, ao todo, 1247 cursos na lista de formação para executivos que o PÚBLICO enumera no especial publicado esta sexta-feira, 29 de Setembro. São mais 30 do que na última edição, publicada no final de Abril, fruto de um reforço transversal em todos os tipos de cursos na área de gestão e negócios.

A maior fatia desta oferta é de cursos de pós-graduação (são agora 464, mais 41 do que há cinco meses). O número de mestrados (324) também aumenta em relação à anterior listagem – são mais 11. A tabela inclui ainda 200 cursos executivos e 191 acções de formação com designações diversas – que o PÚBLICO opta por reunir dentro da categoria “outros cursos”.

A base de dados divulgada pelo PÚBLICO é construída com base na informação disponibilizada pelas próprias universidades, institutos politécnicos e escolas de negócios, por não existir informação centralizada sobre todos os tipos de formação existentes. Nesta listagem não são incluídas licenciaturas.

Neste suplemento são enumerados mestrados e doutoramentos, que conferem formalmente um grau de ensino superior, mas também pós-graduações, cursos executivos e outras acções formativas que, não passando pelo crivo da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), dão direito a diploma com o selo de uma universidade ou instituto politécnico.

Da oferta de formação para executivos constam 29 master of business administration (MBA). São mais seis do que há cinco meses, mas não houve mexidas na oferta das principais escolas de negócios. Os preços cobrados também se mantêm genericamente estáveis. Em média, um MBA custa cerca de 12 mil euros, mas há oito destes cursos – os que são ministrados nas escolas de negócios mais bem cotadas em termos internacionais – que custam mais de 20 mil euros.

Os MBA são a oferta-estrela nesta área de ensino, com preços que vão dos 1000 euros cobrados pela Coimbra Business School (do Instituto Politécnico de Coimbra) por um MBA em Auditoria Interna, um curso de 40 horas, e os 39.500 euros que é necessário desembolsar para fazer o The Lisbon MBA International, uma formação de um ano, dividida entre Lisboa e Boston (EUA), fruto de uma parceria entre a Católica Lisbon School of Business and Economics, a Nova School of Business and Economics e a Sloan School of Management do MIT (EUA).

A listagem do PÚBLICO integra 43 instituições de ensino superior, mais uma do que na última edição. O Ispa — Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, sediado em Lisboa, estreia-se neste suplemento com sete cursos: um mestrado e seis cursos de aprendizagem ao longo da vida, destinados a público adulto.

De entre as mais de quatro dezenas de instituições enumeradas, há 14 que são do sector privado. Estão ainda incluídas na base de dados todas as 29 universidades e politécnicos que compõem a rede pública do ensino superior, entre as quais a Universidade Aberta, especializada em ensino à distância.

Mais de 40% dos cursos listados estão sediados na Área Metropolitana de Lisboa, sobretudo em Lisboa (326) e Cascais (65), ao passo que perto de 20% da oferta se concentra em torno do Porto – 112 cursos na segunda cidade do país e 110 em Matosinhos.

No entanto, a oferta do ensino superior destinada a executivos alarga-se a 40 municípios portugueses – e há programas que prevêem um período de formação no estrangeiro, em nove cidades de quatro continentes.

Confirmando uma tendência que começou a desenhar-se depois da pandemia de covid-19, são cada vez mais comuns os cursos executivos com pelo menos uma parte da formação feita à distância, quase sempre usando meios digitais. Na lista divulgada pelo PÚBLICO nesta edição, constam 197 cursos feitos integralmente à distância, incluindo os seis cursos de self-paced learning (aprendizagem individualizada, numa tradução livre), recentemente introduzidos pela Porto Business School, que permitem uma formação online assíncrona, em que cada estudante pode escolher o momento em que contacta com os conteúdos disponibilizados pelos professores.

Há ainda 90 cursos em formato b-learning – ou blended-learning, designação em inglês que faz referência ao cruzamento de ambientes digitais e físicos nos programas formativos.

Entre cursos à distância e em b-learning, a formação para executivos com recurso a meios digitais representa 23% da oferta total disponibilizada pelas instituições de ensino superior nacionais. Este número aumentou quase 20 vezes nos últimos quatro anos. Em 2019, antes da pandemia, a lista que o PÚBLICO divulga regularmente tinha apenas 14 cursos em modelo online ou em blended.

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