Rendas batem novo recorde, com cada vez menos contratos celebrados

O valor mediano das rendas a nível nacional superou, pela primeira vez, os sete euros por metro quadrado. Em sentido contrário, estão a ser celebrados menos contratos de arrendamento.

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Rendas fixaram-se num valor mediano de 7,27 euros por metro quadrado Paulo Pimenta
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Depois de um ligeiro recuo registado no início deste ano, as rendas voltaram a aumentar a ritmo acelerado durante o segundo trimestre e tocaram num novo máximo histórico, fixando-se, a nível nacional, num valor mediano acima dos sete euros por metro quadrado, pela primeira vez desde que há registo. Isto, numa altura em que se celebram cada vez menos contratos de arrendamento.

Os dados foram publicados, nesta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no segundo trimestre deste ano, o valor mediano das rendas relativas aos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares fixou-se em 7,27 euros por metro quadrado, o que corresponde a uma subida de 11% face a igual período do ano passado. Esta é a subida mais acelerada que se regista desde meados de 2021 e faz com que as rendas atinjam um novo recorde: desde que o INE começou a recolher estes dados, em 2017, nunca a fasquia dos sete euros por metro quadrado tinha sido superada a nível nacional.

Também em termos trimestrais se verifica um aumento, ainda que menos significativo. O valor mediano registado no segundo trimestre representa uma subida de 7,7% em relação ao primeiro trimestre, depois da queda trimestral de 2,3% que tinha sido registada entre Janeiro e Março deste ano.

Este valor foi apurado tendo em conta os 20.750 novos contratos de arrendamento que foram celebrados entre Abril e Junho deste ano, um número que representa uma queda de 1,2% em relação a igual período do ano passado e que é um dos mais baixos já registados durante um trimestre. Só na altura do pico da pandemia se contabilizaram números mais baixos.

Este movimento de encarecimento das rendas foi transversal a todo o país, não se encontrando nenhuma região, de entre as que são analisadas pelo INE, onde o valor mediano tenha sofrido uma quebra. O maior aumento, superior a 23%, registou-se no Alto Alentejo, que, ainda assim, se mantém como uma das regiões mais baratas para arrendar casa, com uma renda mediana de 3,81 euros por metro quadrado. Já no Alentejo Litoral e na região de Coimbra, os aumentos foram superiores a 18%.

A Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve, por seu lado, continuam a ser as regiões mais caras do país para arrendar casa. Em Lisboa, os preços aumentaram em mais de 10% e a renda mediana fixou-se em 11,03 euros por metro quadrado, enquanto no Algarve o aumento foi de perto de 13% e a renda mediana foi de 8,35 euros por metro quadrado. Também a Madeira, com um aumento de 9% e um valor mediano de 8,04 euros por metro quadrado, e a Área Metropolitana do Porto, onde as rendas subiram 11,5% e fixaram-se em 7,87 euros por metro quadrado, permaneceram entre as regiões mais caras do país.

Renda em Lisboa é mais do dobro

Os preços mantêm-se particularmente elevados nos maiores centros urbanos (ou seja, os municípios com mais de 100 mil habitantes), com destaque para Lisboa e os municípios na sua periferia, bem como para o Porto.

Na capital, as rendas aumentaram em mais de 20% durante o segundo trimestre, fixando-se num valor mediano de 15,23 euros por metro quadrado neste período, naquela que foi a primeira vez desde que há registos do INE que a fasquia dos 15 euros por metro quadrado foi ultrapassada. A renda mediana em Lisboa continua, assim, a representar mais do dobro daquela que se regista a nível nacional.

Próximos deste valor estão Cascais e Oeiras, onde as rendas aumentaram para valores medianos de 13,99 euros e 13,22 euros por metro quadrado, respectivamente. Mas também na Amadora os preços superam os dois dígitos, chegando a um valor mediano de 11,03 euros por metro quadrado.

Já no Porto, o valor mediano das rendas aumentou em quase 18% e chegou aos 11,95 euros por metro quadrado. Ainda assim, continua a ser no Norte que se encontram as grandes cidades com preços de renda mais acessíveis: em Barcelos, a renda mediana fixou-se em 4,40 euros por metro quadrado no segundo trimestre, enquanto em Vila Nova de Famalicão o valor mediano foi de 4,97 euros por metro quadrado.

Notícia actualizada pela última vez às 12h17 com mais informação.

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