Sonhei com um lar bonito

Alimento, há anos, o desejo de abrir um lar diferente de tudo o que conheço. Foi uma vontade que se instalou devagarinho, na forma de perguntas.

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Mesmo estando de férias sinto que me atraem como um íman. Quase como se fossem os únicos personagens coloridos num mundo a preto e branco. E gosto de demorar-me a observá-los, de perceber-lhes os jeitos, os gostos e as embirrações. A velhice, não sei se já o tinha escrito, está quase sempre cheia de manias que atingiram o estatuto de coisa sagrada e que vale a pena conhecer. Assim de repente, lembro-me do Sr. Francisco que se recusava a tomar comprimidos que não fossem brancos (“não quero cá nada desses químicos pigmentados”), da D. Bárbara que queria todos os hematomas esfregados com açúcar e do tio Joaquim, irmão da minha avó, que viveu até aos 98 anos e começava sempre as refeições pela fruta.

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