Colecção de Arte Contemporânea do Estado receberá este ano mais 50 obras de 35 artistas

Ana Jotta, Grada Kilomba, Hugo Canoilas, Luísa Cunha, Gabriel Abrantes e Ernesto de Sousa estão entre os nomes seleccionados pela comissão de aquisição, que dispôs este ano de 800 mil euros.

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Grada Kilomba está entre os 35 artistas que este ano verão obras suas a integrar a Colecção de Arte Contemporânea do Estado Matilde Fieschi

A Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) vai receber mais 50 novas obras de 35 artistas, adquiridas este ano por 800 mil euros, anunciou esta tarde o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, em Lisboa.

A proposta de aquisições foi apresentada pela tutela no Museu Nacional do Azulejo, num encontro que assinala os cinco anos da CACE, com debates sobre o trabalho da comissão de aquisições e sobre as colecções de arte institucionais no século XXI.

As obras que agora serão incorporadas na colecção, e que incluem vídeo, colagem, pintura, desenho, instalação, objectos, escultura, mixed media, performances e fotografia, foram adquiridas a 12 galerias de arte, seleccionadas pela Comissão para Aquisição de Arte Contemporânea composta por Sandra Vieira Jürgens, coordenadora, David Teles Pereira, representante do Ministério da Cultura, Emília Tavares, representante da Secretária de Estado da Cultura, e ainda pelos artistas António Olaio, Fernanda Fragateiro e Luísa Abreu, e pelos curadores Luís Silva e Miguel von Hafe Pérez.

Entre os artistas escolhidos, de várias gerações, estão Ana Jotta, Grada Kilomba, Hugo Canoilas, Luísa Cunha, Pedro Barateiro, Alexandre Estrela, Duarte Amaral Netto, Emily Wardill, Gabriel Abrantes, Ernesto de Sousa (1921-1988), Fernando José Pereira, Francisco Tropa, Rui Moreira e São Trindade. A comissão invocou como critérios para a escolha deste lote de criadores a prática artística "de grande relevância no panorama artístico nacional e internacional" e o "percurso de grande consistência contando com um extenso currículo de exposições individuais e colectivas".

Ana Cardoso, Armanda Duarte, Armando Azevedo, Avelino Sá, Bruno Zhu, Carla Filipe, Daniel Barroca, Helena Lapas, Hernâni Reis Baptista, Inês Zenha, Isaque Pinheiro, Jorge de Oliveira, Jorge Molder, José Manuel Rodrigues, Pedro Barateiro, Júlia Ventura, Pedro Valdez Cardoso, Pedro Letria, Sara Graça, Susanne Themlitz e XANA (Alexandre Alves Barata) completam o leque de artistas escolhidos.

Para este ano, a CACE dispunha de 800 mil euros para o programa anual de aquisições e de 200 mil para o programa de circulação.

Em 2024, segundo a tutela, a CACE "vai continuar a sua aposta na descentralização em território nacional, com exposições previstas em Beja, Aveiro, Elvas e Tavira".

Entre 2019 e 2022, o programa de aquisições para a CACE recebeu 247 obras de 208 artistas, num investimento global de 2,25 milhões de euros.

De acordo com a proposta apresentada pela comissão ao ministro da Cultura, deverá ser realizada uma exposição conjunta das obras adquiridas no biénio 2023/2024, com a duração de três meses, a ter lugar entre o último trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025.

A comissão propõe igualmente que, após o encerramento desta mostra, "as obras adquiridas sejam expostas em núcleos expositivos, numa lógica de dispersão territorial, permitindo a difusão das novas aquisições da Colecção de Arte Contemporânea do Estado, sendo particularmente importante que isto aconteça em territórios de baixa densidade populacional".

O programa anual de aquisição de arte contemporânea, criado em 2019 através do Despacho n.º 5186/2019, "veio restabelecer uma política pública continuada de aquisições para a CACE, depois de quase duas décadas de interrupção", sublinha o Ministério da Cultura.

Actualmente, está em curso uma estratégia de circulação, centrada na fruição pública, com a promoção de exposições descentralizadas a partir do acervo da CACE.

As exposições em Foz Côa e Castelo Branco, em 2023, contaram até agora com mais de 50 mil visitantes, segundo a tutela.

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