Situação actual não exige uso generalizado de máscara, diz Direcção-Geral da Saúde

DGS admite rever as normas se a situação nacional relativamente à covid-19 se alterar e tiver impacto na hospitalização e na mortalidade por todas as causas e apela à vacinação.

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Matilde Fieschi
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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) admite rever as normas se a situação nacional relativamente à covid-19 se alterar e tiver impacto na hospitalização e na mortalidade por todas as causas. Mas para já não há indicações que sugiram uma alteração das recomendações, nomeadamente do uso generalizado de máscara, diz aquele organismo.

Há uma semana, na sequência do aumento de casos notificados de covid, o Centro Hospitalar Lisboa Norte reviu as normas internas e voltou a recomendar o uso de máscara nos internamentos. Na mesma semana, em declarações ao PÚBLICO, as organizações que agregam estruturas residenciais para idosos (ERPI) disseram aguardar instruções, por parte da DGS, para saber se devem ou não retomar o uso de máscara.

O PÚBLICO questionou a DGS sobre se iria emitir alguma recomendação relativamente aos lares e unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI). Em resposta, a DGS explica que “a situação epidemiológica da covid-19 é hoje diferente do passado, com elevadas coberturas vacinais e imunidade híbrida, conferindo alguma protecção para a doença grave”.

“A máscara continua a ser eficaz na prevenção da transmissão de doenças respiratórias, mas, perante esta realidade, e com os dados que temos actualmente, a recomendação de uso generalizado de máscara não é uma medida proporcional e equilibrada”, refere. Os últimos dados disponíveis reportam ao dia 10 deste mês: registaram-se 260 casos positivos e sete mortes.

A média a sete dias (de 4 a 10 de Setembro) foi de 572 casos positivos e de 7,8 mortes. Na semana anterior, a média de casos positivos foi de 596 e 7,7 mortes e entre os dias 21 e 27 de Agosto foi de 619 casos positivos e 10,5 mortes.

A DGS lembra que as normas actualmente em vigor, como a 013/2022 (Abordagem das pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19), recomendam a adopção de medidas de prevenção por parte das pessoas que apresentem sintomas respiratórios agudos, “entre as quais o uso de máscara sempre que estiverem em contacto com outras pessoas ou em espaços de utilização partilhada”.

“O uso em situações de baixa ventilação e com muita ocupação, como os transportes públicos, também é racional”, refere a DGS, que explica que em locais como os hospitais, onde estão pessoas com maior risco de doença grave, “a máscara pode ser recomendada, mediante avaliação local”.

Quanto aos lares, afirma que também se mantêm algumas recomendações, “nomeadamente a necessidade de planos de contingência perante casos ou surtos, uso de máscara durante o período de infecção e outras medidas adicionais, de acordo com a situação epidemiológica, que é avaliada localmente pelas autoridades de saúde”, afirma a DGS, que adianta que vai reforçar a divulgação de informação para esclarecimento de dúvidas.

E acrescenta que “se a situação epidemiológica se agravar e tiver impacto nos indicadores populacionais (aumento marcado de hospitalizações, impacto na mortalidade por todas as causas, por exemplo), a DGS poderá sempre optar por rever as normas e orientações sobre máscaras para ERPI e instituições similares”.

A 29 de Setembro inicia-se a campanha de vacinação contra a gripe e a covid-19, sendo os profissionais dos lares, e estruturas semelhantes, “elegíveis para a vacinação sazonal”. “Apelamos a estes profissionais, que são fundamentais para garantir os cuidados e a segurança, e a todos os que vivem nestas unidades, que se vacinem nesta época”, afirma a DGS.

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