Covid-19. Lares à espera de orientações da DGS sobre máscaras

Número de novos casos de covid-19 está a subir

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Paulo Pimenta
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As organizações que agregam estruturas residenciais para idosos aguardam instruções para saber se devem ou não retomar o uso de máscaras, como fez o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que inclui o Santa Maria e o Pulido Valente, no internamento devido ao aumento de casos de covid-19.

“Não sou médico, sou jurista”, começa por sublinha Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas. “As misericórdias estão a tentar saber se, do ponto de vista científico, é recomendável ou não voltar a usar máscaras. Seguiremos as instruções da Direcção Geral da Saúde [DGS] e do Ministério da Saúde.”

“Eu diria que, face ao aumento de casos que se começa a verificar, será bom que a DGS emita orientações específicas para os lares como fez no início da pandemia”, diz, por seu turno, João Ferreira de Almeida, presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de lares e Casas de Repouso de Idoso. “Isso será importante para que não se chegue a uma situação em que cada um está a fazer o que lhe apetece.”

Na mesma linha, parece-lhe “importante preparar as autoridades, os delegados de saúde pública, para estarem alerta e, em caso de necessidade, tomarem medidas caso a caso”. Durante a pandemia, “houve uma discrepância na actuação dos delegados de saúde de sítio para sítio”.

O uso de máscaras tornou-se obrigatório logo no princípio da pandemia de covid-19, em Março de 2020. Só mais tarde, com a evolução epidemiológica, o seu uso foi sendo aliviado. Nos transportes públicos, por exemplo, deixaram de ser obrigatórias em Agosto de 2022. A última fronteira era a dos serviços de saúde e lares.

Só no dia 6 de Abril deste ano, o Governo decidiu pôr fim do uso obrigatório de máscara nas estruturas residenciais de acolhimento e nos serviços de apoio domiciliário de pessoas idosas ou pessoas com deficiência. O mesmo decretou para as áreas não clínicas dos estabelecimentos e serviços de saúde. Nas áreas clínicas, deu autonomia a cada estabelecimento ou serviço para adoptar ou não a utilização de máscaras, “consoante a tipologia de doentes e de procedimentos, de acordo com as orientações técnicas a adoptar localmente".

O número de novos casos subiu e é expectável que prossiga nessa direcção. Entre 22 a 28 de Agosto, o número de novos casos foi de 644. Na semana anterior fora de 488. No início do mês, de 263.

Em declarações à Lusa, o director do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistências a Antimicrobianos da DGS reiterou que o uso de máscaras deve ser decidido por cada hospital, perante a evolução dos casos de covid-19 em cada unidade. Em entrevista à Rádio Observador, o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, defendeu que também os lares devem avaliar o risco, de acordo com o plano de contingência.

Esta quinta-feira, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou que o Governo está a avaliar a tendência relativa a um aumento do número de casos de covid-19 em Portugal, mas adiantou que, para já, não vai alterar as orientações. “Neste momento, a avaliação é a de que não são necessárias medidas adicionais”.

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