A Macedónia voltou a estorvar os italianos, desta vez num “batatal”

Novamente com dificuldade para ultrapassarem a Macedónia do Norte, os italianos somam quatro pontos na qualificação para o Euro 2024, bem longe dos 13 da Inglaterra.

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Itália e Macedónia do Norte em duelo Reuters/OGNEN TEOFILOVSKI
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“Temos tudo o necessário para jogar um bom futebol. Temos uma história muito importante, que é bonita e também tem feridas. Cabe a nós fechá-las”. As palavras foram de Luciano Spalletti, novo treinador de uma selecção italiana que não levou essa ideia muito a sério. As feridas não só não foram fechadas como foram reabertas, com o empate (1-1) em casa da Macedónia do Norte, neste sábado, novamente com um golo já perto do final do jogo.

Na última vez que teve pela frente 11 macedónios, a Itália “ganhou” 34-3 em remates, 16-0 em cantos e 70-30 em posse de bola, mas perdeu em golos por 1-0 – e ficou, assim, fora do Mundial 2022.

Agora, o cenário, não tendo sido repetido – nem na forma nem na consequência –, foi também desagradável para os italianos. Na viagem a Skopje, a equipa tinha Spalletti em estreia ao serviço da selecção, depois de substituir Roberto Mancini, que vinha a fazer uma revolução no universo de seleccionáveis.

Spalletti recuperou alguns jogadores nem sempre chamados por Mancini, aproveitou outros “descobertos” pela prospecção profunda do antecessor e deu a Ciro Immobile a responsabilidade de liderar a equipa, de braçadeira no braço. O resultado de tudo isto não é, para já, fulgurante e só os dois jogos a menos do que a Inglaterra permite que o cenário de apuramento não seja tão negro. Já vamos às contas.

Futebol directo

Como se esperava, o jogo não foi fácil. À espera dos italianos estava um autêntico “batatal”, com um relvado mole e lama em diversos locais – provocou até uma lesão algo bizarra no guarda-redes macedónio, no momento final de uma defesa aparentemente fácil. Provocou também quedas, falta de aderência e lesões musculares – além, claro está, de maus passes.

Inicialmente, o jogo italiano, à procura do requinte técnico dos médios, esbarrou no relvado impraticável em alguns locais, com passes aparentemente simples a serem transviados.

Por indicação técnica de Spalletti ou inteligência dos jogadores, a equipa acabou por tentar saltar o apelo aos passes pelo chão e ao futebol apoiado, percebendo que o terreno pedia um futebol mais directo e, quando possível, de ataque ao espaço. O problema é que a Macedónia não deu muitas vezes espaço nas costas da defesa. Quando deu, Barella fez o que tinha a fazer: isolou Dimarco e isolou Tonali, sempre sem finalizações de sucesso.

Aos 47’, um remate de Barella (sempre ele) à trave foi parar aos pés de Immobile, que fez a recarga. Deitado abaixo o “muro” macedónio, os italianos não fizeram por “matar” o jogo nem sequer por controlá-lo com bola. Foram recuando e fazendo faltas perto da sua área, uma das quais aproveitada por Bardhi para um grande golo de livre-directo, aos 82’.

No grupo C, os italianos somam agora quatro pontos, bem longe dos 13 da Inglaterra que empatou (1-1) frente à Ucrânia. Apesar de os italianos terem menos dois jogos, os ingleses, com 13 pontos em 15 possíveis, seguem confortavelmente na liderança da poule de acesso ao Europeu, depois de uma deslocação à Polónia.

Em casa emprestada, os ucranianos saíram na frente, com um golo de Zinchenko, mas Kyle Walker, isolado por Harry Kane, empatou ainda antes do intervalo.

Os ucranianos não remataram mais na segunda parte, mas também não precisaram: bastou-lhes confiar na trave que roubou o 2-1 a Saka.

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