G20. Depois dos bairros de lata e dos macacos, Deli “limpa” cães vadios das ruas

A administração local diz estar a recolher os animais apenas em casos de “necessidade urgente”. Quando a cimeira acabar, os cães deverão ser de novo libertados nos locais onde foram recolhidos.

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A caretaker carries a stray dog at an animal shelter managed by a local animal welfare NGO Friendicoes SECA, at Bijwasan in New Delhi, India, September 6, 2023. Friendicoes SECA is helping the Municipal Corporation of Delhi (MCD) to catch stray dogs around the capital's international airport and putting them up in their shelters ahead of the G20 summit. REUTERS/Anushree Fadnavis Reuters/ANUSHREE FADNAVIS
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s animais dentro de jaulas, com um quadro branco pendurado à entrada com o número atribuído a cada um deles, bem como o sexo e a cor do pêlo Reuters/ANUSHREE FADNAVIS
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Os animais estão a ser levados para abrigos Reuters/ANUSHREE FADNAVIS
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Até à data, foram capturados quase 1000 cães de zonas como o aeroporto e o recinto do G20 Reuters/ANUSHREE FADNAVIS
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Um cão vadio na parte de trás de uma ambulância para animais Reuters/ANUSHREE FADNAVIS
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As testemunhas ouvidas pela Reuters afirmam ter avistado equipas da administração local a capturar cães utilizando varas com um laço numa das extremidades Reuters/ANUSHREE FADNAVIS
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Centenas de cães vadios que vagueiam pelas ruas da capital indiana, Nova Deli, estão a ser recolhidos pelas autoridades e transferidos para abrigos, antes da cimeira do G20, que acontece este fim-de-semana, de acordo com activistas a favor da causa animal e de algumas testemunhas ouvidas pela Reuters.

As autoridades já limparam muitos bairros de lata na cidade e colocaram recortes de langures (que são primatas) para afugentar os macacos dos espaços públicos antes da reunião.

A cimeira do G20, a maior reunião de sempre de líderes mundiais a acontecer na capital indiana, contará com a presença do Presidente dos EUA, Joe Biden, do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, do príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, entre outros.

A Corporação Municipal de Deli (MCD na sigla original), responsável pela administração local, não estabeleceu uma relação directa entre a retirada dos cães vadios das ruas da capital e a cimeira, afirmando que os animais estão a ser recolhidos "apenas em caso de necessidade urgente".

As ambulâncias utilizadas para a recolha dos cães vadios que foram vistas pela Reuters exibiam, no entanto, placas com a inscrição "On Duty G-20" (ou "em serviço G-20" em português).

O território da capital indiana, Nova Deli, tem mais de 60.000 cães vadios, de acordo com os dados oficiais, alimentados e acarinhados por muitos dos seus 20 milhões de habitantes, porém não são raros os casos em que atacam pessoas.

Em Agosto, a administração local emitiu uma ordem para a retirada de cães vadios "das proximidades de locais importantes, tendo em vista a cimeira do G-20", mas acabou por remover as instruções dois dias depois, na sequência de uma reacção negativa.

Os activistas a favor da causa animal afirmam que, na semana passada, o organismo começou a capturar cães vadios "de uma forma desumana", sem utilizar métodos como a "captura com rede ou à mão" que estão previstos nas directrizes.

Até à data, foram capturados quase 1000 cães de zonas como o aeroporto e o recinto do G20, alegam.

As testemunhas ouvidas pela Reuters afirmam ter avistado equipas da administração local a capturar cães utilizando varas com um laço numa das extremidades. Os animais foram depois arrastados até às ambulâncias.

"O que a Índia está a fazer é irónico, dado o tema do G20: uma Terra, uma família, um futuro. É hipócrita falar de um futuro partilhado quando não damos espaço aos seres que vivem connosco", afirmou Ambika Shukla, administradora da People for Animals, organização não-governamental.

Sanjay Mohapatra, fundador da ONG House of Stray Animals, considerou a acção "desnecessária". "Se os delegados [de outros países] virem pessoas a alimentar cães vadios, isso criará uma boa impressão do país", disse.

Em comunicado, a MDC disse que os cães capturados estavam a ser monitorizados e seriam libertados no local para onde foram levados, mas não indicou um prazo. "Todos os cães estão seguros e confortáveis, com a ajuda médica necessária à sua disposição", afirmou.

Friendicoes, um dos grupos que trabalha com o MCD para reunir os cães, disse que recolheu 234 cães com redes e os levou para um dos três abrigos que tem na cidade.

As imagens recolhidas pela Reuters mostravam os animais dentro de jaulas, com um quadro branco pendurado à entrada com o número atribuído a cada um deles, bem como o sexo e a cor do pêlo.

"Parámos o trabalho agora, uma vez que atingimos a capacidade máxima. Os cães serão libertados nos mesmos locais de onde foram recolhidos após a cimeira", afirmou a co-fundadora Geeta Seshamani.

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