Caso Rubiales: RFEF fala em enorme dano, seleccionador feminino de saída

Presidente em funções na RFEF lamenta “comportamento inaceitável” de Luis Rubiales e já terá comunicado a Jorge Vilda a decisão de o despedir.

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Seleccionador da equipa feminina de Espanha, Jorge Vilda, está de saída EPA/MARISCAL

A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pediu esta terça-feira, de forma institucional, através do presidente em funções, Pedro Rocha, as mais sinceras desculpas ao futebol mundial e aos adeptos, pelo comportamento do presidente suspenso Luís Rubiales.

Em carta assinada por Pedro Rocha, a RFEF lamenta "o comportamento totalmente inaceitável do seu máximo representante institucional durante a final [do Mundial feminino] e nos momentos posteriores", dizendo que o mesmo não corresponde aos valores da sociedade espanhola, dos seus representantes, desportistas e dirigentes.

"O dano causado ao futebol espanhol, ao desporto espanhol, à sociedade espanhola e ao conjunto de valores do futebol e do desporto, foi enorme. Sentimo-nos profundamente tristes com o dano causado e, também por isso, da parte da RFEF devemos pedir as mais sinceras desculpas e ter um compromisso firme e absoluto para que situações como estas não voltem a acontecer", refere o organismo.

Em causa está ainda o comportamento de Luís Rubiales na final do Mundial feminino, então em funções como presidente, depois de ter beijado uma jogadora sem consentimento.

Depois da polémica que se gerou, Luís Rubiales convocou uma Assembleia Geral para dizer que não se demitiria, apesar da contestação de vários sectores do governo e da sociedade de Espanha, acabando suspenso pela FIFA.

Na carta em que se dirige a FIFA, UEFA, Federações nacionais, aos e às futebolistas, especialmente da selecção de Espanha e de Inglaterra (finalista vencida), a RFEF insiste que o dirigente não representa os valores da federação ou do país.

"Os seus actos devem atribuir-se única e exclusivamente a ele. É o único responsável pelos próprios actos perante a sociedade, perante os órgãos desportivos e, se for caso disso, perante a justiça", acrescenta a RFEF.

No mesmo documento, o organismo diz estar à disposição do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) e Conselho Superior dos Desportos (CSD) para fornecer o apoio documental e administrativo necessário ao inquérito, a fim de que o mesmo se resolva o mais rapidamente possível.

Seleccionador Jorge Vilda despedido

Simultaneamente, o presidente em funções, Pedro Rocha, já comunicou ao seleccionador da equipa feminina, Jorge Vilda, em reunião que decorreu esta manhã em Las Rozas, que não continuará à frente da selecção, preparando-se para ser substituído pela adjunta Monste Tomé.

A dispensa de Vilda tornou-se pública com a nomeação oficial de Monste Tomé, a primeira mulher a desempenhar o cargo de treinadora principal da equipa feminina, que ocorreu antes da próxima convocatória, prevista para dia 15 de Setembro, relativa aos compromissos com Suécia e Suíça da Liga das Nações, decisivos para a qualificação para os Jogos Olímpicos.

O apoio explícito a Rubiales e as pressões que terá, alegadamente, exercido junto da jogadora Jenni Hermoso no sentido de atenuar a gravidade do comportamento do presidente suspenso da RFEF - pese embora a posição assumida posteriormente à Assembleia Geral da federação, a censurar Rubiales -, motivaram um protesto e uma tomada de posição da comissão de presidentes territoriais da RFEF que ditou o afastamento de Vilda, que tinha contrato até 2024.

Rubiales havia anunciado publicamente a decisão de renovar o vínculo de Jorge Vilda, que passaria a auferir meio milhão de euros anuais, o que traduziria um aumento importante, quadruplicando o salário de Vilda.

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