Participar+ promove debate sobre a descrença na política e a fragilidade das instituições

Associação de debate cívico promove uma reflexão sobre temas “absolutamente vitais para o futuro da humanidade”, diz Vítor Ramalho, um dos fundadores.

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Pinto Balsemão será um dos oradores Rui Gaudencio
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Com o objectivo de promover uma reflexão sobre a "Fragilidade das Instituições Democráticas em Portugal”, a Associação Participar+ vai dinamizar várias sessões de debates. A primeira será dia 18 de Setembro, em Lisboa, na qual serão discutidos os "Desafios da globalização". Em cima da mesa estarão temas como democracia, ambiente, ciência e inteligência artificial (IA). Francisco Pinto Balsemão, primeiro-ministro entre 1981 e 1983 e fundador do PSD, e Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, são alguns dos oradores convidados.

“Os debates sobre a espuma dos dias escamoteiam as questões de futuro do país e do mundo. Temos a intenção de debater temas absolutamente vitais para o futuro da humanidade”, começa por dizer ao PÚBLICO o presidente da direcção (e um dos fundadores) da Associação Participar+, Vítor Ramalho. É o caso do "distanciamento" e da "visão crítica" que os cidadãos têm da política, exemplifica o socialista e presidente da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa.

Focado nos "problemas que afligem a humanidade", este ciclo de sessões de debate inicia-se com o tema “Desafios da globalização”. Na Fundação Calouste Gulbenkian será abordada a descrença na política e a sua relevância na sociedade civil, a importância da democracia, o papel e o impacto da inteligência artificial na sociedade, o ambiente e o envelhecimento populacional.

O evento será aberto por um dos membros do conselho de administração da Fundação Gulbenkian, adianta Vítor Ramalho, acrescentando que na lista de oradores consta ainda Francisco Pinto Balsemão, que tem tido um papel central na “defesa pela liberdade de expressão”.

A este junta-se, num primeiro painel, o engenheiro José Carlos Matos, que “falará sobre o ambiente e mudanças climáticas”, e Ana João Sepúlveda, para abordar o envelhecimento populacional, “ligando esta questão à demografia e à mobilidade”, acrescenta. Num segundo painel estarão Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, “uma das pessoas que mais conhecimento têm sobre IA no país”, e a médica Maria do Carmo Fonseca, que se focará no papel da ciência na sociedade.

Depois de cada painel, diz Vítor Ramalho, haverá espaço para debate. A sessão será encerrada por Maria Lúcia Amaral, provedora de Justiça, “porque, do ponto de vista institucional, é responsável pela protecção dos cidadãos, dos seus direitos e deveres”, acrescenta.

Além desta primeira sessão na capital, a Participar+ dinamizará outras três: em Setúbal (com o tema “Da degradação dos serviços públicos à desigualdade de oportunidades”), Aveiro (intitulada “Das promessas dos partidos políticos ao exercício eficaz da política”) e Porto (“Da arrogância dos poderes à reacção dos cidadãos”).

As datas estão ainda por decidir, já que as sessões "envolvem grande preparação". A ideia é que “sejam sempre em períodos em que possa haver reflexão por parte dos cidadãos sem coincidir com períodos eleitorais”, diz Vítor Ramalho.

A associação trabalha “numa lógica apartidária”, assegura o socialista, e quer juntar, nas várias sessões, “uma amálgama de pessoas”: “Vamos fazer apelos à juventude junto das associações académicas, apelos junto das associações da sociedade civil, dos partidos políticos, dos membros do Governo e da oposição e até junto de comentadores.”

A Participar+ foi criada em 2020 por cerca de 25 pessoas, entre as quais os economistas João Ferreira Amaral e Ricardo Paes Mamede, a presidente do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e antiga bastonária da Ordem dos Farmacêuticos Ana Paula Martins, e o actual ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

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