No próximo ano voltam a existir 2400 lugares para o internato médico. Governo já fixou vagas

Acesso à formação geral do internato médico é feito por concurso único.

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Os médicos terão um ano de internato geral e entre quatro a seis de especialização Manuel Roberto
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O Governo volta a fixar em 2400 o número de vagas para o internato geral médico disponíveis no próximo ano. A decisão foi publicada esta quinta-feira em Diário da República, num despacho conjunto da Presidência do Conselho de Ministros, do Ministério das Finanças e das secretarias de Estado da Saúde e da Administração Pública.

Em comunicado, o Ministério da Saúde refere que a formação geral do internato médico em causa começa em Janeiro, “nos hospitais e centros de saúde de todo o país”. Depois deste ano de formação geral, os médicos podem escolher a área de especialização que pretendem, e que implicará o cumprimento de um novo internato, já diferenciado, e que pode durar entre quatro a seis anos.

No ano passado também tinha sido fixado o número de 2400 vagas para a formação geral do internato médico. Para poderem ocupar uma destas vagas, os médicos em formação terão de se candidatar, aquando da abertura de um concurso único que será aberto pela Administração Central do Sistema de Saúde.

O ministério dirigido por Manuel Pizarro refere, no comunicado agora divulgado, que a abertura destas vagas assegura “a prossecução de um adequado planeamento de recursos humanos para responder às necessidades presentes e futuras do sistema público de saúde com segurança e previsibilidade, com o objectivo de garantir que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] conta com o número de médicos adequado para responder com qualidade e em proximidade às pessoas”.

O SNS tem enfrentado diversos problemas e, este ano, pela primeira vez, os médicos internos realizaram uma greve em nome próprio, ao longo de dois dias, que, segundo o Sindicato Independente dos Médicos, teve uma adesão acima dos 85%.

Além da baixa remuneração oferecida e das horas extraordinárias em excesso, vários médicos internos ouvidos pelo PÚBLICO diziam temer pela qualidade da sua formação, pela incapacidade do SNS em reter os especialistas que os devem orientar.

Este ano, o número de alunos colocados em Medicina, na 1.ª fase de candidaturas ao ensino superior, foi o maior de sempre, fixando-se em 1595, mais 56 do que no ano anterior.

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