Ministra dos Negócios Estrangeiros da Líbia demitida após reunião com homólogo israelita

A Líbia não reconhece o Estado de Israel e é um forte aliado da causa palestiniana. Notícia sobre a reunião gerou protestos em várias cidades líbias.

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Ministra dos Negócios Estrangeiros da Líbia, Najla Mangush REUTERS/Hazem Ahmed

O primeiro-ministro da Líbia, Abdulhamid Dbeibé, demitiu a ministra dos Negócios Estrangeiros, Najla Mangush, por ter reunido em Itália com o seu homólogo israelita, Eli Cohen, apesar de as relações entre os dois países serem inexistentes. A Líbia não reconhece o Estado de Israel e é um forte aliado da causa palestiniana.

A notícia da reunião, revelada pelo Governo de Israel, gerou um coro de críticas de várias instituições líbias e fortes protestos em várias cidades e na capital, Tripoli.

Dezenas de manifestantes protestaram em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Líbia na noite de domingo, causando alguns danos ao exterior do edifício, onde uma grande presença de forças policiais ainda era visível na manhã desta segunda-feira.

O Governo israelita anunciou que a reunião, que decorreu há uns dias em Itália, é um “passo histórico” nas relações entre os dois países. O encontro foi entretanto confirmado pelo ministério dos Negócios Estrangeiros da líbia, que o descreveu como “informal”, e no qual a ministra “defendeu de maneira clara e inequívoca” a causa palestiniana.

O primeiro-ministro líbio espera receber os resultados da investigação no prazo de três dias. O ministro para a Juventude, Fatalá Abdul Latif Al Zani, irá ocupar a pasta dos Negócios Estrangeiros de forma provisória.

Israel ocupou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em Junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza, e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.

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