Gabão com recolher obrigatório e sem Internet depois das eleições

Este domingo ainda não se sabia quando iriam começar a ser divulgados os resultados eleitorais. O ambiente manteve-se calmo na capital, Libreville.

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O Presidente Ali Bongo a votar no sábado Reuters/STRINGER
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O Gabão foi dormir no sábado e acordou no domingo com recolher obrigatório e sem Internet. As autoridades justificaram a medida com o receio de que possa haver violência, como aconteceu nas eleições presidenciais de 2016, em que a oposição denunciou fraude eleitoral, mas o Presidente Ali Bongo Ondimba viu a sua vitória confirmada pelo Tribunal Constitucional. Naquela altura, seis pessoas morreram.

Desta vez, muitos temem que volte a suceder o mesmo, que a vitória de Bongo seja confirmada apesar da fraude de que volta a falar a oposição, para mais sete anos da família que se confunde com o poder no país – inaugurados em 1967 com o pai do actual Presidente, Omar Bongo – e isso acabe por desatar mais uma onda de protestos.

No domingo à tarde, segundo a emissora francesa RFI, o ambiente na capital gabonesa, Libreville, estava calmo, com os táxis e restantes veículos a circularem normalmente, embora se notasse uma presença mais visível da polícia nas ruas, reforçada à medida que se aproximava a hora do recolher obrigatório (19h, mesma hora em Portugal continental).

Quanto aos resultados oficiais das eleições, não se sabia ao certo quando começarão a ser divulgados. O facto de ser a primeira eleição tripla (presidencial, legislativa e provincial), já iria demorar o processo de apuramento dos resultados por si só, mas com o acesso à Internet cortado, é provável que atrase ainda mais a contagem.

Como referiu um membro da oposição não identificado à RFI, “com o recolher obrigatório e o corte da Internet, o poder procura manifestamente aterrorizar a população para que fique em casa”.

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