Sobe para 111 o número de mortes nos incêndios no Havai

Autoridades confirmaram mais dez vítimas mortais nos incêndios do Havai, aumentando o número para 111. Governador ordenou uma investigação ao sistema de sirenes que podia ter alertado para o fogo.

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Os incêndios no Havai são considerados o maior desastre natural da história deste estado norte-americano desde que há registos EPA/ETIENNE LAURENT
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Subiu para 111 o número de vítimas mortais provocadas pelos incêndios que atingiram a ilha de Maui, no estado norte-americano do Havai. São mais dez do que na última contagem. A actualização relativa às mortes associadas aos fogos que assolaram a região ao longo das últimas duas semanas foi prestada por Josh Green, governador do Havai, numa conferência de imprensa esta madrugada.

O governador ordenou uma investigação à Procuradoria-Geral da República sobre o que terá motivado as falhas na utilização da rede de sirenes — que, ao contrário do que era suposto, não soou aos primeiros minutos da tragédia, e por isso não permitiu uma resposta mais célere da população e das autoridades.

Segundo a CNN, Herman Andaya, administrador da Agência de Gestão de Emergência em Maui, disse não ter arrependimentos sobre não ter accionado a rede de sirenes (uma das maiores do mundo) e afirmou que o accionamento do sistema logo a 8 de Agosto, quando os incêndios começaram, não reduziria o número de vítimas.

"Mesmo se soássemos as sirenes, isso não teria salvado as pessoas na encosta da montanha", afirmou Herman Andaya, acreditando que muitas pessoas fugiriam precisamente para lá, onde os incêndios estavam mais descontrolados, porque as sirenes estão mais associadas ao risco de tsunami.

Em resposta às críticas sobre a utilização da rede de alertas sonoros, Josh Green admitiu que "essas sirenes estão a ficar velhas há décadas", embora algumas tenham sido alvo de manutenções: "Estamos à espera para ver o que havia à disposição. Mas, intermitentemente, alguns estragaram-se. Estamos a fazer uma avaliação completa".

Sem recorrer às sirenes, as autoridades enviaram alertas à população através dos meios de comunicação social, das redes sociais e por mensagens de texto (SMS). Mas, com a rede eléctrica em baixo à conta dos incêndios, grande parte da população não teve acesso a essas informações.

Os incêndios no Havai são considerados o maior desastre natural da história deste estado norte-americano desde que há registos e o mais grave em todo o país dos últimos 100 anos. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai visitar o local na próxima segunda-feira e, na companhia da primeira-dama, Jill Biden, vai encontrar-se com socorristas, sobreviventes e com as autoridades.

O número de mortos ainda deve aumentar, com as operações de busca e salvamento a prolongarem-se pelo menos até ao início da próxima semana, de acordo com as indicações dadas pela Casa Branca. Apesar do aumento do número de vítimas mortais contabilizado, são poucas as que já foram identificadas. Na terça-feira, com pouco menos de 100 mortos confirmados, eram apenas quatro as vítimas que já tinham sido identificadas.

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