Chefe do governo de Macau quer mais pessoas a aprender português no território

Das 77 escolas de ensino básico existentes na região, 36 já dão aulas de português, mas Ho Iat Seng quer que passem a 40 em breve. Diz que é a mais-valia do território em relação ao resto da China.

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Ho Iat Seng a discursar em 2019, na cerimónia dos 20 anos da transferência de soberania Jason Lee/REUTERS
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Macau já é a região da China com mais alunos a estudar em Portugal, mas Ho Iat Seng quer ainda mais. E para tal muito ajuda aprender os rudimentos da língua logo com as primeiras letras. Se em 36 das escolas de ensino básico do território já se ensina o português, o que representa “um aumento significativo em relação há dez anos”, o chefe do governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) espera que em breve se chegue às 40 escolas que oferecem o ensino da língua portuguesa às crianças.

Falando na sessão plenária de sexta-feira da assembleia legislativa da região, cuja soberania foi transferida de Portugal para a China em 1999, Ho Iat Seng referiu, citado pelo semanário macaense Ponto Final, que ser uma plataforma de ligação entre a China e os países de língua portuguesa é “uma missão que o país concede a Macau”, daí que a promoção da língua portuguesa seja “responsabilidade do sector da educação”.

O chefe do executivo macaense quer ver as crianças do território a aprender português desde a infância e que Portugal contribua para apoiar o desenvolvimento do ensino da língua, como garantiu que iria fazer.

Daí que, apesar de esperar que mais escolas abram cursos de português, Ho Iat Seng reconhece que as escolas “não são obrigadas” a fazê-lo porque, entre muitos factores, há um muito importante: a disponibilidade de docentes. O chefe do governo da RAEM lembrou a conversa que teve em Portugal, com Marcelo Rebelo de Sousa, em que o Presidente “garantiu apoiar o desenvolvimento do ensino do português em Macau”.

Lamentando que a pandemia tenha afectado a vontade dos estudantes macaenses de irem estudar para Portugal, para melhorar os seus conhecimentos do português, Ho Iat Seng ficou satisfeito por, durante essa visita, em Abril, poder constatar que esse número já tinha subido outra vez.

“Em anos recentes, devido à pandemia, havia menos estudantes a estudar em Portugal. Mas durante a visita a Portugal vi que muitos alunos estão a frequentar cursos ali. Macau é a região da China com maior número de pessoas a estudar em Portugal, o que prova que o português é ainda muito atraente para as novas gerações”, afirmou, citado pelo mesmo jornal.

Segundo enumerou o governante, o Direito e a Tradução (chinês-português) são os cursos mais frequentados. Segundo o acordado na Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau, assinada a 13 de Abril de 1987, o português é uma das línguas oficiais da RAEM, pelo menos até ao final de 2049.

Mas “muitos alunos universitários de Macau em Portugal estudam Ciências e Arquitectura, acumulando assim muitos talentos bilingues e profissionais com domínio de chinês e português para Macau”, acrescentou.

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