Os Veenho, melodia e ruído, lo-fi para ultrapassar o desencanto

Depois dos EP e singles lançados nos últimos seis anos, os lisboetas Veenho estreiam-se em longa-duração. Guitarras distorcidas e uma voz melancólica, o pulsar de uma geração em lo-fi minimalista.

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Os Veenho a chutarem para canto o desencanto Xipipa
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O tédio, como bem sabemos e como Iggy Pop explicou vezes sem conta ao narrar o nascimento dos Stooges, tem sido ao longo da história um grande catalisador para o nascimento de bandas e cenas rock’n’roll. Tédio, porém, é coisa rara, inexistente nesta era já bem entrada no século XXI em que toda a atenção está capitalizada e todos os momentos mortos são momentos activo-sonâmbulos a ver e a teclar em coisas, a imaginar como seria bom não estar a ver e a teclar em coisas, a tentar desesperadamente mostrarmo-nos vivos enquanto a ansiedade nos cresce nos dentes. Não é tédio, portanto. Apesar de encontrarmos aqui uma canção intitulada, precisamente, Tédio, não é tédio aquilo que fez florescer o feedback que rosna antes de chegarem as guitarras rasgadas por distorção e a voz cansada, dobrada pelas que a encorpam, a navegar melodias tão recheadas de coolness blasé quanto de melancolia.

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