Palcos da semana: o deslumbre como motor da arte e da vida

O centenário de Mário Cesariny, Ivo Canelas e Todas as Coisas Maravilhosas, um festival na Nacional 2, Porto ao piano e os olhares do World Press Photo.

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Mário Cesariny: Em Todas as Ruas Te Encontro abre caminho às comemorações do centenário do poeta e pintor Duarte Belo
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Ivo Canelas e Todas as Coisas Maravilhosas Margarida Rodrigues
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Mallu Magalhães é um dos nomes ao volante do Festival N2 Daryan Dornelles
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Luis Fernando Perez tem as honras de encerramento do Porto PianoFest DR
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Uma das imagens distinguidas no World Press Photo, captada no Casaquistão ANUSH BABAJANYAN, VII PHOTO/NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY
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O legado de Cesariny

As linhas de Mário Cesariny servem de inspiração à exposição que agora se inaugura, abrindo o programa de comemorações do centenário do poeta e pintor nascido a 9 de Agosto de 1923.

Mário Cesariny: Em Todas as Ruas Te Encontro reúne trabalhos do artista que marcou a cultura portuguesa pelo surrealismo e pela irreverência, pertencentes à colecção da Fundação Cupertino de Miranda, mas também objectos pessoais “que se encontravam nas paredes de sua casa ou espalhados pelo seu quarto”, detalha a folha de sala.

Não é uma mostra estanque: patente até Setembro de 2024, incluirá peças novas ao longo do ano de forma a “fortalecer o conhecimento do homem e do artista que fez história e estórias em Portugal” e a enquadrar o espólio ali depositado – contas feitas pela instituição, são mais de duas centenas de peças e um arquivo com milhares de fotografias, cadernos, correspondência e manuscritos. A curadoria é de Marlene Oliveira, Perfecto Cuadrado e João Pinharanda.

Ser ou não ser deslumbrado, eis a questão

Ivo Canelas leva a palco Todas as Coisas Maravilhosas. Escrito pelo dramaturgo inglês Duncan Macmillan, o monólogo centra-se na história de uma criança que, à medida que vai crescendo e para ajudar a mãe a recuperar de uma depressão, compõe uma “lista de razões para viver”, explica a sinopse.

A depressão, o suicídio, as relações, a família, a saúde mental, as crises existenciais e “todas as coisas maravilhosas que a vida tem” marcam o passo deste espectáculo-fenómeno – descrito por João F. Ribeiro no PÚBLICO como “um hino à simplicidade de ser feliz” –, que tem tido lotação esgotada desde que se estreou, em 2019, e que aqui se apresenta na derradeira temporada.

Além de Lisboa, tem passagem marcada pelo Porto, Ponta Delgada, Funchal, Mirandela e Covilhã.

Notas da Nacional 2

É no quilómetro zero da icónica Estrada Nacional 2 que se move o evento, nascido em 2018 para celebrar a ideia de que “mais do que o destino, importa o caminho”.

Com nome tomado à rota, o Festival N2 volta à estrada (ou melhor, ao renovado Jardim Público flaviense) para três dias de sonoridades diversas, na sua maioria de produção nacional.

Ao volante desta quinta edição, e ao ritmo de quatro concertos por dia, andam Milhanas, Salvador Sobral, Motherflutters e Margô (dia 3); Glockenwise, The Black Mamba, Sal e Antía Muíno (4); e Margarida Campelo, Mallu Magalhães, Isaura e Meta_ (dia 5).

De teclas (bem) afinadas

Um festival de piano pensado para “aproximar a música clássica dos novos públicos” – sem se deixar confinar nessas notas – e empenhado em cultivar o diálogo artístico internacional. É nesta escala que encontramos o Porto PianoFest, que traz nas pautas concertos para todas as idades, masterclasses, residências artísticas e conferências.

O cartaz desta oitava edição ecoa em lugares como a Casa da Música, a Reitoria da Universidade do Porto, o Palácio da Bolsa, o Museu Romântico ou o WOW - World of Wine, pondo o pé também na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão.

Entre os talentos alinhados estão figuras como os norte-americanos Lara Downes e Zsolt Bognar ou os espanhóis José Ramón Méndez e Luis Fernando Perez, este último com as honras de encerramento do certame, num recital preenchido pela Suite Iberia de Isaac Albéniz.

Os mundos que o mundo tem

O maior prémio de fotojornalismo do mundo volta a pôr Portimão no seu roteiro de exposições. Depois de uns anos ausente da cidade algarvia, a World Press Photo torna a mostrar as melhores fotografias captadas pelos media no ano que passou.

Com diferentes olhares sobre temas da actualidade, estão registados momentos da guerra na Ucrânia, dos protestos no Irão, da vida num Afeganistão controlado pelos Talibã, da crise climática e dos direitos civis, entre outros. Ao todo, podem ver-se 94 imagens dos 24 fotógrafos vencedores e das seis menções honrosas escolhidas nesta 66.ª edição do prémio.

Com mais de 60 cidades no mapa expositivo, a mostra itinerante é aqui apresentada numa organização da autarquia em parceria com a Associação Cultural Música XXI.

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