Filho do Presidente da Colômbia detido por branqueamento de capitais

Gustavo Petro afirma que Ministério Público tem “todas as garantias” da sua parte para actuar de acordo com a lei.

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Gustavo Petro sobre a prisão do filho: "Dói-me tanta autodestruição". LUISA GONZALEZ/Lusa

Nicolás Petro, filho do Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi detido este sábado por suspeitas do crime de branqueamento de capitais e enriquecimento ilícito, informou o Ministério Público colombiano.

Também foi detida a sua ex-mulher, Daysuris del Carmen Vásquez Castro, que no início do ano acusou Nicolás Petro de ter recebido uma grande quantia monetária de um traficante para a sua campanha eleitoral presidencial e de, posteriormente, ter ficado com o dinheiro.

O Ministério Público declarou, em comunicado, que Nicolás Fernando Petro Burgos –​ que é deputado na assembleia do departamento do Atlântico – foi detido “pelos crimes de branqueamento de capitais e enriquecimento ilícito".

Ainda segundo o Ministério Público, Daysuris Vásquez foi detida pelos crimes de branqueamento de capitais e violação de dados pessoais, "em relação a factos ocorridos desde 2022 até à data”.

O Presidente da Colômbia afirmou que "não vai intervir ou pressionar" nas decisões do Ministério Público.

"Como pessoa e como pai, dói-me muito tanta autodestruição e o facto de um dos meus filhos ir para a prisão. Como Presidente da República, asseguro que o Ministério Público tem todas as garantias da minha parte para proceder de acordo com a lei", disse o Presidente na rede social X (antigo Twitter).

O Ministério Público acrescentou que será agora pedido um mandado de busca, captura e apreensão de elementos materiais probatórios a um juiz criminal. Além disso, "será feito o indiciamento pelos crimes mencionados e será pedida a medida restritiva de liberdade", segundo a procuradoria colombiana.

Em 21 de Março, a procuradoria anunciou que estava a investigar Nicolás Petro por supostos encontros na prisão com narcotraficantes e por "possível branqueamento de capitais".

A ex-mulher de Nicolás Petro disse, no início de Março, numa entrevista à revista Semana, que o narcotraficante Samuel Santander Lopesierra conhecido como "homem Marlboro" entregou ao filho do Presidente "mais de 600 milhões de pesos (cerca de 153 mil dólares ao câmbio actual) para a campanha do pai”.

"Isto nunca chegou à campanha legalmente porque [Nicolás Petro] ficou com esse dinheiro", acrescentou a ex-mulher, sublinhando que o ex-marido também recebeu 200 milhões de pesos (cerca de 51 mil dólares) do polémico empresário Alfonso "Turco" Hilsaca. Valor que, acusa, Daysuris Vasquez, também não foi entregue à campanha de Gustavo Petro.

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