Morreu Randy Meisner, baixista e co-fundador dos Eagles

Meisner criou os Eagles em 1971, em Los Angeles, e participou nos álbuns mais significativos da banda norte-americana, incluindo o icónico Hotel California.

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Randy Meisner Getty Images

Randy Meisner (1946-2023), cantor, baixista e co-fundador da banda de rock norte-americana The Eagles, morreu nesta quarta-feira à noite, aos 77 anos, em Los Angeles, devido a complicações decorrentes de doença pulmonar obstrutiva crónica.

"O Randy era uma parte integrante dos Eagles e foi fundamental para o sucesso inicial da banda. O seu alcance vocal era espantoso, como evidenciado pela sua balada de assinatura, Take it to the limit”, disse o grupo num comunicado publicado no seu site oficial.

O baixista criou os Eagles em 1971, em Los Angeles, juntamente com Glenn Frey (1948-2016), Don Henley e Bernie Leadon. Saiu em 1977, três anos antes do primeiro hiato da banda, mas participou nos álbuns mais significativos do percurso dos norte-americanos: Eagles (1972), Desperado (1973), On The Border (1974), One of These Nights (1975) e o icónico Hotel California (1977), que conferiu aos Eagles o estatuto de estrelas.

Na década de 70, os Eagles venderam mais discos do que qualquer outra banda, tornando-se num dos nomes mais rentáveis da história da indústria musical dos EUA. Tiveram quatro álbuns consecutivos e cinco singles no n.º1 do top de vendas. A colectânea Their Greastes Hits (1971-1975), lançada em 1976, contabilizou 26 milhões de cópias.

Randy Meisner, no entanto, não lidou bem com o sucesso, o que precipitou o final da sua relação com os Eagles. “Eu sempre fui meio tímido”, disse o músico numa entrevista à revista norte-americana Rolling Stone em 2013, recordando um concerto em que os companheiros queriam que ele fosse para o meio do palco cantar Take it to the limit. “Preferi ficar longe dos holofotes.” A partir daí, a coisa azedou. “Numa noite em Knoxville, eu estava com gripe, fizemos dois ou três encores e o Glenn queria fazer mais um. Disse-lhes que não era capaz, e aí rebentou uma discussão. Foi o fim”, contou também à Rolling Stone.

Apesar da saída, Meisner foi reconhecido como membro fundamental dos Eagles aquando da introdução do grupo no Rock & Roll Hall of Fame em 1998. O jornalista Parke Puterbaugh, num texto escrito para essa ocasião, descrevia o grupo como "uns inocentes de olhos arregalados com um pedigree country-rock", autores “de álbuns grandiosos e com temas sombrios, narrando um mundo de excesso e sedução que começou a ficar seriamente fora de controle”, recorda o jornal The New York Times no obituário do artista. Problemas com drogas tornar-se-iam no dia-a-dia da banda.

Nascido no Nebraska em 1946, Randy Meisner foi criado numa família de agricultores onde a música era parte do quotidiano. A mãe andava sempre a cantar pela casa, o avô materno era professor de violino. Meisner deixou-se encantar pela guitarra aos dez anos, depois de ter visto Elvis Presley a actuar no programa televisivo Ed Sullivan Show. Entretanto começou a ter aulas de música e a tocar em bandas locais. Foi por essa altura que escolheu a guitarra baixo, estimulado por um professor. Durante este período formativo, o rock não era a única coisa que lhe interessava. “Eu adorava o R&B e os baixistas da [editora] Motown. Eles foram uma grande inspiração para mim.”

Antes dos Eagles, Meisner foi, por um breve período, baixista dos Poco, banda de country-rock de Los Angeles fundada em 1968. Um ano depois saiu para se juntar aos Stone Canyon Band, de Rick Nelson. Após cortar relações com os Eagles, enveredou por uma carreira a solo, da qual resiste sobretudo a canção Hearts on fire, do seu segundo álbum em nome próprio, One More Song (1981).

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