Bruxelas abre investigação à Microsoft por alegado abuso de posição dominante com Teams

Em causa está a inclusão da plataforma Teams nos pacotes para clientes empresariais, que a Comissão Europeia teme poder restringir a “concorrência no Espaço Económico Europeu”.

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A Microsoft incluiu o Teams nos pacotes para clientes empresariais Reuters/DADO RUVIC

A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira uma investigação de carácter prioritário à Microsoft por suspeitar de práticas anticoncorrenciais relativamente ao programa Teams, nomeadamente alegado abuso de posição dominante e restrição da concorrência no mercado dos softwares de produtividade.

“A Comissão Europeia deu início a uma investigação formal para determinar se a Microsoft poderá ter violado as regras de concorrência da UE ao associar ou agrupar o seu produto de comunicação e colaboração Teams aos seus softwares de produtividade para empresas Office 365 e Microsoft 365”, indica a instituição em comunicado hoje divulgado.

Apontando que a Microsoft incluiu esta plataforma de videoconferência Teams nos seus pacotes para clientes empresariais, o executivo comunitário diz recear que a gigante tecnológica “possa estar a abusar e a defender a sua posição no mercado do software de produtividade, restringindo a concorrência no Espaço Económico Europeu no que se refere aos produtos de comunicação e colaboração”.

“Em especial, a Comissão receia que a Microsoft possa estar a conceder uma vantagem de distribuição ao Teams, não dando aos clientes a possibilidade de escolherem se querem ou não incluir o acesso a esse produto quando subscrevem os seus softwares de produtividade, e que possa ter limitado a interoperabilidade”, adianta Bruxelas.

Por desconfiar de práticas de vendas subordinadas ou agrupadas, o que viola as regras comunitárias de concorrência e impede o acesso a outros concorrentes, a instituição vai então agora avançar com uma “investigação aprofundada com carácter prioritário”.

A investigação surge após uma queixa apresentada em Julho de 2020 à Comissão Europeia por um desses concorrentes, a tecnológica canadiana Slack Technologies, e pode levar a eventuais multas se se confirmar que houve realmente um abuso da posição dominante no Espaço Económico Europeu, como proibido pelo Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.

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