IL sobre interrupção do Conselho de Estado: é um Governo “que deixa tudo a meio”

Rui Rocha questiona o primeiro-ministro sobre se “a TAP vai, ou não, ser privatizada, em que condições, com quem, e qual o futuro da TAP”.

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Rui Rocha visitou este sábado o mercado do Livramento, em Setúbal LUSA/RUI MINDERICO

O líder da Iniciativa Liberal afirmou este sábado que a interrupção da reunião de sexta-feira do Conselho de Estado é um exemplo do impacto do Governo socialista no país, em que "fica tudo a meio caminho".

"Eu creio que o Conselho de Estado, por aquilo que foi comunicado, foi interrompido. Aparentemente, o primeiro-ministro tinha de se deslocar e, portanto, acabou por não poder concluir. E eu creio que é mesmo esse o exemplo do impacto que António Costa e o Governo socialista têm no país: fica tudo sempre a meio caminho, fica tudo interrompido", disse Rui Rocha.

"E o Conselho de Estado não é, de facto, uma coisa diferente. Tem sido esse o contributo de António Costa: interromper o crescimento, interromper a discussão, interromper o desenvolvimento do país. É um bom exemplo aquilo que aconteceu ontem [sexta-feira] no Conselho de Estado", acrescentou o líder da IL, que falava aos jornalistas no mercado do Livramento, em Setúbal.

Questionado sobre a comissão de inquérito à TAP, o presidente da IL classificou o relatório final como "uma farsa". "Toda a gente viu o que aconteceu. Por muito que o relatório que o PS quis apresentar, e que aprovou sozinho, tenha tentado criar uma versão alternativa dos factos. Mas os portugueses viram o que aconteceu na comissão de inquérito da TAP e, portanto, essas conclusões estão tiradas. O relatório foi uma farsa. Os portugueses sabem o que aconteceu na TAP", disse.

"O que é preciso saber agora é se a TAP vai, ou não, ser privatizada, em que condições, com quem, e qual o futuro da TAP. É isso que, neste momento, é urgente esclarecer. E, mais uma vez, o primeiro-ministro, quer relativamente ao relatório, quer relativamente ao que aconteceu na comissão de inquérito da TAP, quer relativamente ao futuro da TAP, não responde. Mas isso é uma particularidade do primeiro-ministro. O primeiro-ministro ou não responde ou, quando responde, mente", afirmou.

Na visita a Setúbal, integrada na iniciativa da IL Rotas Liberais, Rui Rocha referiu-se também à situação no Ministério da Defesa que levou à demissão do secretário de Estado Marco Capitão Ferreira, e que disse ser "uma história muito mal contada".

"A Iniciativa Liberal, desde o princípio, desde há muito tempo, disse que Marco Capitão Ferreira não era uma pessoa indicada para estar no Governo. Ainda assim, houve a insistência de o levar para o Governo – agora sabemos em que condições. E sabemos, por exemplo, que foi Alberto Coelho, que hoje está indiciado pela prática de crimes ligados à gestão da defesa, que indicou, ainda antes do processo, Marco Capitão Ferreira para o Governo."

"Parece que era Alberto Coelho quem mandava na Defesa e não o ministro Cravinho. Ora, nós não podemos ter um ministro que sucessivamente é ultrapassado pelos acontecimentos, que se deixa manipular, que se deixa envolver, ainda por cima em histórias que são tão duvidosas", disse Rui Rocha.

O líder da IL não compreende, por isso, por que razão António Costa insiste em manter no Governo alguns ministros envolvidos em polémicas, como João Cravinho, mas também João Galamba e Maria do Céu Antunes. "Como é que um primeiro-ministro quer gerir o país se não consegue gerir a sua equipa? Como é que tem pessoas tão duvidosas, tão fragilizadas, com um envolvimento em processos tão escuros, e insiste em manter essas pessoas no seu Governo?", questionou.

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