Urgência Pediátrica do Hospital de Faro encerra durante 24 horas

Doentes graves serão deslocados para o Hospital de Portimão nesta terça-feira, 18 de Julho. A falta de recursos humanos obriga crianças a saltitar de um lado para o outro.

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Por falta de médicos, o Hospital de Faro encerra esta terça-feira, 18 de Julho, por um período de 24 horas, a Urgência de Pediatria Nuno Ferreira Santos
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Uma criança de Vila Real de Santo António que precise de ir ao Serviço de Urgência tem de percorrer mais 120 quilómetros. Por falta de médicos, o Hospital de Faro encerra esta terça-feira, 18 de Julho, por um período de 24 horas, a Urgência de Pediatria. Os doentes mais graves serão reencaminhados para o Hospital de Portimão. “Com a dificuldade de recursos humanos, temos de ter opções e pelo menos uma resposta na região”, justificou a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), Ana Varges Gomes. A declaração, feita aos jornalistas, deu-se após uma visita da Comissão Parlamentar de Saúde, destinada a avaliar as condições para tratar residentes e turistas durante o Verão.

Ana Varges Gomes afirmou que é “muito difícil” fixar profissionais de saúde. “Acabam a especialidade e, se abre um concurso a norte, vão embora”, referiu, lembrando que o ordenado é o mesmo, mas o custo de vida (principalmente o preço da habitação) é inferior. Por outro lado, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS), Paulo Morgado, na mesma linha de pensamento, defendeu que a “remuneração [dos profissionais de saúde] deverá estar associada ao desempenho”. Os cuidados de saúde primários, nos últimos três anos, disse, registaram um aumento superior a 20%. Numa perspectiva futura sobre o modelo do SNS na região, ambos os dirigentes preconizam a criação de uma única Unidade de Saúde Local (USL): “Dividir torna-nos mais pequenos.”

Ainda em relação ao serviço de urgências de pediatria, a presidente do CHUA disse que adoptou, com a comissão executiva do SNS, o “princípio de que a Urgência de Pediatria é garantida”, seja em Faro ou Portimão. O reforço de profissionais nesta área, adiantou, está fazer-se com recurso a “acordos de mobilidade” com outros hospitais, tendo como contrapartida o pagamento de horas extraordinárias aos médicos.

Sobre a demissão de Horácio Guerreiro, director clínico do CHUA, disse que o motivo “foi uma questão de interpretação das coisas”. Em causa esteve a abertura aos fins-de-semana do bloco de partos de Portimão, algo que teria sido “acordado” com a comissão executiva do SNS contra a vontade de Horácio Guerreiro.

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