Fim-de-semana de festa na Guarda, com vinhos da Beira Interior, do Douro e do Dão

A 2.ª edição do Guarda Wine Fest, de 14 a 16 de Julho, leva à Guarda vários produtores de vinho da Beira Interior, do Douro e do Dão, provas comentadas por especialistas, música e gastronomia.

Foto
O enólogo e produtor Tiago Macena, com raízes precisamente na Guarda, orientará uma das "Conversas sobre Vinho" no Guarda Wine Fest Tiago Bernando Lopes
Ouça este artigo
00:00
05:09

No fim-de-semana, a cidade “mais alta" de Portugal volta a receber o Guarda Wine Fest. Na Alameda de Santo André, marcarão presença no evento mais de 50 produtores de vinho da Beira Interior, do Douro e do Dão, com novidades à prova, haverá provas temáticas conduzidas por especialistas e muita animação, das wine parties ao final do dia aos restaurantes da região que estarão a servir carne de vaca jarmelista e pratos confeccionados com queijo da Serra.

O evento tem entrada livre, mas para provar os vinhos é preciso comprar o copo oficial do evento (4 euros). A organização é do Município da Guarda e da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), que, em "Conversas sobre Vinho" guiadas por três especialistas, convida o público a saber mais sobre o mundo vinícola e em concreto sobre os vinhos produzidos no território da Guarda — onde confinam as três regiões demarcadas presentes no festival.

Tiago Macena, que está a fazer o programa Master of Wine e é um dos rostos da No Rules Wines (Dão), falará de “Vinhos de Verão do Distrito da Guarda” já na sexta-feira, às 19h30. No sábado, o sommelier e crítico de vinhos Rodolfo Tristão orientará duas conversas: às 17h30, sobre o “Dão, o field blend de clássicos e descoberta dos monovarietais”; às 19h30, sobre o “Douro, Brancos de altitude e tintos elegantes para dias quentes”.

No domingo, terceiro e último dia do Guarda Wine Fest, Tiago Marques, formador dos cursos do Wine & Spirit Education Trust (WSET), abordará o tema “Beira Interior — Diversidade e Terroir” (17h15). E mesmo a fechar o evento, às 21h, Mariana Saavedra Silva, Carlos Pinto, Marcelo Sequeira, José Lemos e Estevan Carballo desafiarão o público a reflectir sobre vinhos e sustentabilidade, na sessão "Wine Lees, a economia circular no sector vitivinícola — reutilização dos subprodutos borras".

Para a prova sobre a Beira Interior, explica ao Terroir o presidente da CVRBI, "foi pedido que os produtores enviassem amostras do que caracteriza a região, um território com muitos terroirs". E onde "um vinho de Figueira de Castelo Rodrigo e outro feito em Vila Velha do Ródão são seguramente diferentes", sublinha Rodolfo Queirós, numa alusão, entre outros aspectos, à diferença de altitudes. A primeira fica a cerca de 800 metros de altitude e a segunda a cerca de 65 metros. E, recorda o responsável, "por cada 150 metros em altitude que subimos, perde-se um grau em temperatura média". De esperar, vinhos de Síria, Fonte Cal, Rufete, Trincadeira, Jaen, Alfrocheiro, mas também de Touriga Nacional, Touriga Franca ou Tinta Roriz.

E as outras duas provas? "A ideia foi mostrar a identidade de cada região. No Dão, pensamos em Encruzado e Touriga Nacional, mas não só. No Douro pensamos nas Tourigas e noutras castas identitárias menos conhecidas, como Rabigato ou o Viosinho", explica o presidente da CVRBI. Que contextualiza o convite feito às regiões vizinha: "Convidámos o Douro e o Dão, para mostrar que estamos ao pé de duas regiões muito antigas e emblemáticas. Mas hoje a Beira Interior pode competir nessa liga dos campeões. Não envergonha ninguém, pelo contrário, tem um potencial enorme".

E porque vinho e gastronomia andam sempre, ou deviam andar, de mãos dadas, mais ainda num concelho como a Guarda, diz Rodolfo Queirós que "três restaurantes estarão a trabalhar durante o evento, para as pessoas poderem almoçar ou jantar, se quiserem", pratos de "carne de vaca jarmelista" ou outros, confeccionados "com queijo da Serra". "A Guarda foi, de resto, destino gastronómico do ano [para a Revista de Vinhos] em 2022", lembra.

Também haverá sessões de showcooking pelos chefs Hernâni Ermida e Paulo Cardoso, sábado e domingo, às 18h30 e às 19h30, respectivamente. E vários concertos. Na sexta darão música no recinto do festival o saxofonista Luís Serra e o projecto Musical Sensations, às 17h30, os The Lucky Duckies, às 21h30, e o DJ Pedro Simões (RFM), a partir das 23h (a wine party de sábado repete o DJ e o horário).

Sábado, a Moustache Brass Band actuará às 15h30 e, às 16h30, as Confrarias Báquicas, Gastronómicas e Enogastronómicas serão recebidas pelo autarca da Guarda, Sérgio Costa, em desfile da Praça Luís de Camões até ao recinto do Guarda Wine Fest. às 21h30, haverá concerto de Jéssica Pina, nome que integra o Guarda In Jazz, também a decorrer por estes dias na cidade. Domingo, volta a actuar Luís Serra, agora acompanhado por Alberto Rodrigues ao piano, será às 16h. Depois seguir-se-á a actuação do projecto SOLARIS, com o Grupo de Cantares da Arrifana, também integrado no Guarda in Jazz, será às 18h.

O programa deste Guarda Wine Fest integra ainda a visita de 12 sommeliers nacionais ao evento e à região da Beira Interior. O evento abre sexta às 18h e no sábado às 17h, terminando às 24h nos dois dias; domingo o horário é das 17h às 22h. Os espaços de restauração abrem às 12h e, atenção, as "Conversas sobre Vinho" estão sujeitas aos lugares disponíveis.

Sugerir correcção
Comentar