Centro de Arte Moderna da Gulbenkian celebra 40 anos com temporada japonesa

A programação incluirá performances, música e instalações, com curadoria de Emmanuelle de Montgazon, cruzando diferentes práticas e disciplinas artísticas.

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A performance e instalação audiovisual 100 Cymbals, de Ryoji Ikeda, será interpretada pelo ensemble Les Percussions de Strasbourg a 21 de Julho Henri Vogt

O Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai celebrar 40 anos com uma temporada de arte contemporânea japonesa, com vários momentos entre Julho e a reabertura do edifício, prevista para a Primavera de 2024.

A programação da temporada, anunciada nesta quinta-feira pela Gulbenkian, incluirá performances, música e instalações de arte nipónica, com curadoria de Emmanuelle de Montgazon, cruzando diferentes práticas e disciplinas artísticas.

A ideia parte do conceito arquitectónico engawa, que está na base do projecto do arquitecto Kengo Kuma para a remodelação do edifício do CAM, e que designa "um espaço de passagem", interior e exterior, encontrado habitualmente nas casas tradicionais japonesas, segundo um comunicado divulgado pela Gulbenkian.

O programa arranca nos dias 20, 21, 22 e 23 de Julho com uma instalação do colectivo Mé a apresentar em Lisboa, de manhã e ao entardecer, em lugares que serão progressivamente revelados, segundo a entidade.

Constituído por Haruka Kojin, Kenji Minamigawa e Hirofumi Masui, este colectivo desenvolveu um projecto artístico intitulado Masayume, criado para "surpreender os habitantes da cidade, desafiando a sua capacidade de lidar com o inesperado e com a incerteza do mundo".

No dia 21 de Julho, o Grande Auditório receberá a performance e instalação audiovisual 100 Cymbals, do compositor e artista visual Ryoji Ikeda, interpretada pelo ensemble Les Percussions de Strasbourg. Será também apresentado um tributo de Ikeda a John Cage (1912-1992), com a interpretação livre da obra But what about the noise of crumpling paper, composta em 1985 pelo americano.

A 23 de Julho, será a vez da artista Lei Saito apresentar uma "paisagem comestível", a que chamou Cozinha Existencial, criação inspirada na sua investigação sobre a culinária, a história e o planeamento urbano da cidade de Lisboa. Tendo o Jardim Gulbenkian como pano de fundo, Lei Saito criará uma instalação com vários alimentos e objectos cerâmicos, oferecendo ao público uma experiência estética e sensorial.

A temporada retoma em Setembro, com a artista Mieko Shiomi, de 84 anos, que em 1964 se tornou membro do movimento internacional de artistas experimentais Fluxus, em que Yoko Ono também se envolveu. Shiomi apresentará uma obra inédita em outros espaços da Gulbenkian, interpretada por músicos e artistas portugueses.

Em Setembro, haverá também a presença da artista multidisciplinar Ami Yamasaki, que usa o próprio corpo como instrumento, emitindo sons que reflectem as vibrações invisíveis do que nos rodeia. Apresentará a performance Manga Scroll, de Christian Marclay, um dos mais importantes artistas a trabalhar entre o som e a arte visual, e também uma performance a solo e em dueto com o músico Ko Ishikawa, um intérprete do instrumento shõ.

A temporada terá ainda várias actividades em Novembro e durante 2024, que "a seu tempo serão divulgadas", indica o comunicado da Gulbenkian.

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