Novos donos da Groundforce e sindicatos falham acordo após negociações

Menzies, que passou a deter 50,1% do capital da empresa, e sindicatos de handling não obtiveram sucesso nas negociações.

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Nuno Ferreira Santos

Os sindicatos e o novo accionista na empresa de handling Groundforce não chegaram a acordo numa negociação sobre várias matérias, incluindo as tabelas salariais, de acordo com um comunicado divulgado esta terça-feira.

Na nota, assinada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e pelo Sindicato dos Técnicos de Handling e Aeroportos (STHA), as estruturas sindicais revelaram que, “na sequência da reunião de hoje com a Menzies, em que os trabalhadores tinham a expectativa de poder chegar a um entendimento nas matérias onde ainda estavam distantes (tabelas salariais), lamentavelmente não houve qualquer possibilidade de acordo”.

Os sindicatos afirmam que “os salários-base de entrada na Groundforce são hoje de 591 euros” e que, “portanto, é insustentável manterem-se as actuais tabelas por muito mais tempo”.

“Os trabalhadores da Groundforce não são insensíveis à situação da empresa”, destacaram, mas “consideram, no entanto, que não podem ser os mesmos de sempre, com a sua estagnação e compressão salarial, a pagar a factura da recuperação da empresa, mais ainda num cenário em que os credores vão receber os seus créditos a 100%, a que se junta o desconto” ao maior cliente, ou seja, a TAP.

As estruturas referiram que registam e valorizam “a aproximação da Menzies na implementação de um novo modelo operacional, que, ainda assim, é manifestamente insuficiente para a formalização de qualquer acordo”.

Os sindicatos asseguraram que “a melhoria das actuais tabelas salariais e o acompanhamento da evolução da remuneração mínima mensal garantida são condições sine qua non para a obtenção de qualquer acordo com qualquer investidor”.

“A manutenção das actuais condições, que sufocam as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores da Groundforce, alimenta um clima social insustentável”, lamentaram.

Apesar disso, e “não obstante o facto de a reunião ter terminado sem acordo”, as organizações dizem manter-se “disponíveis para, de forma construtiva, poder chegar a um acordo que satisfaça todas as partes”.

A TAP e a Menzies Aviation celebraram, em Abril, um acordo para a "recuperação e revitalização da Groundforce", empresa declarada insolvente em Agosto de 2021. A 19 de Junho último, a Autoridade da Concorrência (AdC) deliberou não se opor ao controlo exclusivo da SPdH - Serviços Portugueses de Handling pela Menzies, que passou assim a deter 50,1% do capital da empresa que usa a marca comercial Groundforce.

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