Timeleft: não é uma app de encontros, mas leva-te a jantares às cegas em Lisboa

Não quer ser uma aplicação de encontros e não te vai deixar horas a fazer swipe. Só tens de responder a um questionário e confiar no algoritmo, que vai determinar o teu grupo de jantar.

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Imaginas-te a ir sozinho a um jantar apenas com desconhecidos? É esta a proposta da Timeleft, que recusa o rótulo de “aplicação de encontros”, mas quer promover jantares às cegas para conheceres pessoas novas em Lisboa. Só precisas de confiar no algoritmo.

“Queremos combater a epidemia de solidão que está a afectar as grandes cidades, e acreditamos que as ligações humanas são a única solução”, justifica Maxime Barbier, co-fundador do site, numa resposta por e-mail ao P3. “Queremos mostrar os benefícios de falar com estranhos e provar que não estamos sozinhos numa sociedade que encoraja o auto-isolamento.”

Mas como funciona? Cada novo utilizador preenche um questionário de 60 perguntas quando se inscreve. Com base nessas respostas, o algoritmo da empresa tenta criar grupos que considera fazerem sentido. Esse algoritmo “é melhorado a cada semana, com base no feedback” que recebe. Quem decidir participar tem, todas as quartas-feiras às 19h30, um lugar marcado num restaurante – “sem perfis, mensagens privadas, swipes ou scroll”.

“Todos os grupos são únicos” e as experiências também. Mas, para quebrar o gelo, a organização prepara “os participantes antes da experiência” e deixa “cartões de jogo” na mesa para “ajudar a começar com o pé direito”. O Instagram revela um pouco das perguntas que poderás ter de responder: “Qual foi a coisa mais difícil que já perdoaste?” ou “Qual foi a melhor coisa que já fizeste por um amigo?”.

Quanto aos custos, para reservares o teu lugar à mesa pagas 9,90 euros. E o valor do jantar é dividido entre todos os participantes.

Por enquanto, ainda só está disponível em Lisboa, cidade escolhida pelo seu “dinamismo” e por ser um dos destinos preferidos de expatriados.

Contudo, não é um “clube privado”, como pode parecer ao início; é uma “experiência social” aberta a todos, independentemente da idade ou da nacionalidade. E já existe há quase três anos, de acordo com Maxime, que diz contar com 20 anos de experiência no mundo do empreendedorismo. Esta é, contudo, a sua estreia no mundo dos “encontros sociais”, como descreve.

“Recebemos um pedido novo a cada cinco minutos”, desde que a última versão do site foi lançada, há oito semanas. Tem 1500 utilizadores, a maioria mulheres (52%) que dizem sentir-se “seguras” devido ao facto de ser um jantar de grupo. A maioria dos utilizadores (55%) é, também, portuguesa – com a restante percentagem a ser composta por “quase todas as nacionalidades possíveis”.

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