Ministro da Cultura promete “relação mais horizontal” dos museus com a tutela

Adão e Silva garantiu ainda que as propostas para a reestruturação da Direcção-Geral do Património Cultural serão anunciadas “muito em breve”.

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O ministro da Cultura na apresentação do relatório do grupo de trabalho sobre a Rede Portuguesa de Museus, no Museu Municipal de Penafiel José coelho/Lusa

O ministro da Cultura destacou esta tarde, em Penafiel, que a reformulação da Rede Portuguesa de Museus (RPM) vai "permitir o diálogo e a parceria entre actores da rede", numa relação "mais horizontal" com a tutela.

"Pode-se esperar uma maior horizontalidade, por contraste com o que era um funcionamento, a nosso ver, excessivamente vertical", disse Pedro Adão e Silva em declarações aos jornalistas.

O governante presidiu, no Museu Municipal de Penafiel, à apresentação das recomendações elaboradas por um grupo de trabalho criado pela tutela em 2022, "para reflectir sobre o posicionamento estratégico que a Rede Portuguesa de Museus deve assumir".

Auscultadas as indicações de 156 museus da rede, o grupo de trabalho apresentou 31 recomendações, divididas em quatro eixos: "transversalidade", "comunicação", "participação" e "novo modelo de funcionamento".

Entre as propostas, o ministro destacou o "novo modelo de funcionamento, subdividido em duas componentes: uma com funções de credenciação, regulação e formação e outra com funções de articulação e estabelecimento de parcerias e programação".

O governante prometeu que, ainda em 2023, serão criados os primeiros cinco núcleos de apoio da RPM, num total de 11, "o que permitirá passar do actual modelo de gestão, excessivamente verticalizado, para um modelo mais horizontal".

Segundo Pedro Adão e Silva, "é essa horizontalidade que vai permitir o diálogo e a parceria entre actores da rede e não apenas uma relação mais vertical entre as tutelas e cada um dos museus".

O governante recordou que "Portugal é um país geograficamente pequeno, mas onde há grandes desigualdades no acesso à cultura no território". Aos jornalistas, observou que "as redes são importantes, porque permitem essa cobertura, essa resposta, mas também a integração". Anotou, depois, que isso já acontece com a Rede Portuguesa de Teatros e Cineteatros e com a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.

"Também com a Rede Portuguesa de Museus, que tem mais tempo, mas que agora terá aqui uma ambição renovada", acentuou.

Outra alteração no quadro da reformulação da RPM, será a criação de um Observatório dos Museus, que constitui uma das recomendações do relatório. "É uma dimensão muito importante", sublinhou, referindo que essa medida acontecerá "no quadro da reorganização da Direcção-Geral do Património Cultural".

Questionado sobre o ponto em que se encontra a reestruturação da Direcção-Geral do Património Cultural, o ministro afirmou que se trata de "um dossier que implica estudo e análise" e que, ao longo deste ano, foi feita "uma reflexão ponderada", mas prometeu para "muito em breve" a apresentação das propostas.

Já sobre a substituição do novo director-geral, para o qual foi lançado concurso em 2021, Pedro Adão e Silva avançou que só ocorrerá quando for concluído o processo de reestruturação.

"O director-geral está em funções, o arquitecto João Carlos Santos. Tendo em conta que estamos a fazer uma reestruturação da DGPC, não fazia sentido concluir esse concurso. Assim que se concluir o quadro da reestruturação, haverá novos dirigentes", precisou.

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