Quem é Chelsy Davy, a ex-namorada de Harry que voltou à ribalta no caso contra a MGN?

Harry serviu de exemplo no caso que reúne mais de cem personalidades contra o grupo editorial do Mirror. E a sua ex-namorada foi protagonista do seu depoimento.

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O príncipe Harry e Chelsy Davy num jogo amigável internacional de rugby entre a Inglaterra e a Austrália, em Twickenham, Londres, a 7 de Novembro de 2009 Reuters/Eddie Keogh/Arquivo
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Harry e Chelsy Davy conheceram-se através de amigos em comum e o relacionamento romântico não foi imediato — terá despertado (ou desatado) quando o príncipe decidiu aproveitar tempo do seu ano sabático, em 2003/2004, para a visitar na Cidade do Cabo, onde a sul-africana estava a frequentar o curso de Economia na universidade local.

“Adorava a simplicidade da Chels, o facto de ela não ser complicada”, escreveu Harry no seu livro de memórias, Na Sombra. “Ela não se importava com o que os outros pensavam. Usava minissaias e botas de salto alto, dançava como queria, bebia tequila como eu, e tudo isso fazia-me muito feliz.”

E Chelsy não tardou a inverter o rumo da sua vida, regressando ao Reino Unido para estudar Direito na Universidade de Leeds e estar mais perto do namorado.

Entre idas e vindas, os dois surgiram juntos, em 2007, no Concerto para Diana, organizado pelo príncipe em conjunto com o seu irmão, William. A primeira presença de Chelsy num evento oficial da realeza deu-se um ano depois, quando o casal chegou junto ao casamento de Peter Phillips, filho da princesa Ana, com Autumn Kelly. Até que, em 2010, os dois decidiram enveredar por caminhos diferentes, numa separação que Harry testemunhou, nesta semana, ter sido fruto da devassa frequente dos tablóides.

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O príncipe Harry beija a namorada Chelsy Davy durante um jogo entre a Inglaterra e a Austrália, a 8 de Abril de 2007 REUTERS/DARREN STAPLES/arquivo

No livro, Harry escreve: “Compreendia perfeitamente o seu desejo de liberdade. Se eu pudesse escolher, também não quereria esta vida.” E voltou a dissertar sobre essa ideia durante o seu testemunho no Tribunal Superior de Londres, onde decorre um megaprocesso de mais de cem personalidades contra o MGN, grupo editorial que publica os jornais Daily Mirror, Sunday Mirror e Sunday People, por recolha ilegal de informação, nomeadamente através de telefones pirateados, entre 1991 e 2011​​.

Nos anos em que os dois estiveram juntos, Chelsy, actualmente com 37 anos, era notícia nos meios de comunicação britânicos todos os dias, com os jornais a discorrerem sobre a “turbulenta” relação entre ela e o filho mais novo do então príncipe de Gales, amiúde descrito como “o fracassado, o desistente, o imbecil, o alcoólico menor de idade ou o toxicodependente irresponsável”. E Chelsy era retratada como quem o acompanhava nas farras, não obstante o facto de, na época, estar a trabalhar afincadamente num escritório de advogados na City, a zona financeira de Londres.

De acordo com o duque de Sussex, a excessiva atenção da imprensa, que os perseguia, acabaria por causar “enorme stress e tensão”, ditando o fim do namoro. Durante o depoimento, Harry evocou algumas das notícias da altura, como aquela que dizia que o príncipe tinha ido a um bar de striptease. “Este tipo de artigos fez-me sentir que a minha relação com Chelsy estava condenada ao fracasso. Em última análise, levaram-me a tomar a decisão de que uma vida no seio da realeza não era para ela, o que foi incrivelmente doloroso para mim na altura.”

Chelsy Davy nasceu em Bulawayo, no Zimbabwe, em 1985, no seio de uma família privilegiada: o pai, Charles Davy, enriqueceu com o turismo dos safaris, e a mãe, Beverly Donald, era ex-modelo e foi Miss Rodésia em 1973.

Na adolescência, a jovem foi enviada para o Reino Unido para estudar: primeiro, no elitista Cheltenham College e, depois, na Stowe School. Foi nesta altura que conheceu Harry, embora só depois do seu regresso à África do Sul o namoro tenha começado, arrastando-a para uma realidade com que ela não contava.

“Estava a tentar levar uma vida normal e foi horrível”, desabafou, em 2016, numa entrevista ao Sunday Times, a propósito da sua marca de joalharia, já depois de ter abandonado a advocacia. E, ao longo da conversa, garantiu que a amizade entre os dois não estava em causa. “Acho que eu e o Henry vamos ser bons amigos para sempre.” O que se veio a verificar quando, em 2018, Harry se casou com Meghan e entre os convidados estava a ex-namorada. Já antes, no casamento de William e Kate, Chelsy foi incluída.

Dois anos depois, Chelsy divulgou que estava numa relação com Sam Cutmore-Scott, um empresário britânico. Em Janeiro de 2022, o casal teve o seu primeiro filho, Leo. A empresária mantém-se proprietária da empresa de joalharia que fundou.

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