As doces canções sofridas de Arlo Parks

Arlo Parks varreu para longe o fantasma do burnout. Um disco luminoso que apresentará no Primavera Sound.

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Arlo Parks é um dos nomes do cartaz do Primavera Sound Alexandra Waespi
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Muito se tem falado nos últimos tempos sobre a saúde mental no desporto e nas artes. Talvez porque, depois da cultura yuppie dos anos 1980 e do advento do novo capitalismo digital na viragem do milénio, surge toda uma nova geração sem medo de assumir publicamente a sua vulnerabilidade. Sem receio de expor os seus momentos de saturação e de esgotamento diante de um modelo de vida ocidental assente num neoliberalismo triturador de trabalhadores, montando novas armadilhas de escravização sobre uma aparência de existência livre e preenchida – em que o espaço para cada um se escutar a pensar, afogado num fluxo contínuo de solicitações, parece ter desaparecido. O burnout tornou-se expressão corrente e familiar – como facto consumado ou ameaça constante. Mas também a consciência do quanto o trabalho passou a ocupar um espaço desmesurado nos nossos dias.

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