Ron DeSantis formaliza candidatura à Casa Branca

Governador da Florida anunciou através da rede social Twitter, num evento manchado por problemas técnicos, a sua entrada na corrida à Presidência dos Estados Unidos.

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Ron DeSantis é governador da Florida Reuters/MARCO BELLO
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O governador republicano da Florida, Ron DeSantis, anunciou formalmente a sua candidatura à Casa Branca nesta quarta-feira na rede social Twitter.

"A nossa fronteira é um desastre. O crime infesta as nossas cidades (...) Precisamos de coragem para liderar e de força para ganhar. Eu sou o Ron DeSantis e candidato-me a Presidente para liderar o grande regresso americano", declarou num vídeo divulgado na plataforma.

O anúncio não aconteceu sem percalços. Estava previsto que DeSantis fizesse o anúncio numa transmissão áudio em directo com Elon Musk, o dono multimilionário do Twitter, mas problemas técnicos atrasaram o início da conversa no Spaces, a ferramenta de conferências em directo daquela rede social.

Apesar de Elon Musk ter dito recentemente, ao Wall Street Journal, que não apoiará formalmente qualquer candidato, o empresário admitiu no passado ver com simpatia uma candidatura de DeSantis.

Até agora, são dez os candidatos declarados à Casa Branca. Do lado democrata, o Presidente Joe Biden concorre a um segundo mandato. Marianne Williamson e Robert F. Kennedy Jr. também concorrem à nomeação democrata. Do lado republicano, formalizaram já candidaturas o ex-Presidente Donald Trump, Tim Scott, Nikki Haley, Vivek Ramaswamy, Asa Hutchinson, Larry Elder e, desde esta quarta-feira, Ron DeSantis.

Para além de entrar numa corrida sobrelotada, DeSantis enfrenta também intenções de voto desfavoráveis. Segundo uma sondagem recente da CNN/SSRS, referente ao período entre 17 e 20 de Maio, 53% dos eleitores republicanos inquiridos preferem Donald Trump, contra 26% que escolhem Ron DeSantis e 6% que optam por Nikki Haley. Em comparação ao período anterior do mesmo inquérito, entre 8 e 12 de Maio, Trump subiu 13 pontos percentuais e DeSantis desceu 10.

Aos 44 anos, DeSantis, que durante a carreira militar chegou a ser destacado para a Guerra do Iraque, em 2007, é o 46.º governador da Florida, cargo que ocupa desde 2019.

Ao longo do seu mandato na Florida, DeSantis opôs-se a medidas de contenção da pandemia de covid-19 e fez da luta contra o que apelida de "cultura woke" uma das suas bandeiras. Limitou, por exemplo, o ensino da história negra nas escolas, alegando que "nenhum dinheiro de impostos deve ser usado para ensinar as nossas crianças a odiar o seu país ou odiarem-se umas às outras".

Quanto a medidas anti-LGBTI, impediu alunas trans de participar em actividades de desporto escolar; e promulgou o projecto de lei conhecido como "Don't Say Gay", que restringe a discussão sobre orientação sexual e identidade de género nas salas de aula, permitindo aos pais processar os professores que abordem a temática.

Mais recentemente, o nome de Ron DeSantis tem sido associado a uma batalha política e judicial com a The Walt Disney Company — iniciada, aliás, com o antigo director executivo da Disney a tomar uma posição pública contra a lei "Don't Say Gay" (em português: "não digas gay"). Em Abril passado, a gigante do entretenimento apresentou uma queixa nos tribunais contra o governador por violar a liberdade de expressão da empresa norte-americana.

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