Uma contradição bem orquestrada

Já Richard Strauss era capaz de levar a orquestra bem longe, como mostra a sua obra de 1898 Ein Heldenleben (Uma Vida de Herói), que Joana Carneiro dirigiu com grande mestria.

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O concerto abriu com "Lontano", de György Ligeti, nascido há 100 anos e este ano objecto de várias homenagens bruno simão/ cortesia ccb
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Joana Carneiro dirigiu com mestria a Orquestra Sinfónica Portuguesa em "Ein Heldenleben" bruno simão/ cortesia ccb
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Cumprimentos rápidos, que a maestrina Joana Carneiro não é de grandes ademanes, e vamos ao que interessa, que é a música. O concerto abriu com Lontano, de György Ligeti, nascido há 100 anos e este ano objecto de várias homenagens. Nos anos 60 do século XX, o compositor húngaro fazia uma revolução pessoal na forma de compor, com rupturas estéticas significativas e usando, entre outros métodos, aquele a que chamou de “micropolifonia”. Lontano é uma dessas obras micropolifónicas, verdadeiras teias de aranha sonoras feitas de pequenos cânones sobrepostos. Só faltou à interpretação da Orquestra Sinfónica Portuguesa um pouco mais de convicção nesta obra em que as texturas musicais precisam de ser claras e audíveis, mesmo se a polifonia está escondida, inaudível lá no meio. Certo, não será o repertório em que a Orquestra Sinfónica Portuguesa está mais à vontade, mas hoje Lontano tem de ser tocada como se fosse um clássico. Já não há desculpas – e esta música já não é tão nova assim.

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