Inspiração de Bernardo Silva leva City à final da Champions

O internacional português derrubou o “mito” Real com um bis que nem Courtois conseguiu impedir, oferecendo aos “citizens” a final da Liga dos Campeões.

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Bernardo Silva Reuters/CARL RECINE
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Implacável, o Manchester City está, dois anos depois da noite do Dragão, na final da Liga dos Campeões, deixando o Real Madrid, dono e senhor da competição, fora de combate com um incontestável 4-0 no jogo da segunda mão, depois do empate (1-1) de Madrid.

A equipa de Pep Guardiola marcou encontro com Inter de Milão, primeiro finalista apurado, continuando com as ambições intactas para vencer a Taça e o campeonato de Inglaterra antes de tentar a conquista na Champions, a 10 de Junho.

Mas, para a noite do Etihad, Guardiola tinha uma estratégia bem definida: emparedar o Real Madrid, cortar o oxigénio a Modric e Kroos para asfixiar o tridente atacante e esperar que Haaland e companhia fizessem magia.

E, de facto, os primeiros 15 minutos foram esmagadores, com mais de 80 por cento de posse de bola para o City, que não deixou o Real Madrid tocar na bola, o que ficou bem patente no número de passes, dez vezes menor do que o dos ingleses.

Mas, por si só, os números de pouco valiam aos campeões ingleses. Faltava o golo que Haaland perseguia furiosamente, mas que Thibaut Courtois não autorizava. O “gigante” belga evitou o pior, por instinto (12’) e com reflexos de felino (21’), em dois cabeceamentos do goleador norueguês. Rodri também tentou a sorte, mas o remate saiu ao lado.

Certo é que o Manchester já justificava plenamente a vantagem e Bernardo Silva, um verdadeiro pesadelo para Camavinga, encontrou o timing e o espaço certos para surgir na área e atirar sem hipóteses de reacção para Courtois (23’). A partir daí, exigia-se uma reacção contundente do Real Madrid, que só à passagem dos 30 minutos despertou do marasmo.

O City descomprimia e o Real começava a mostrar as garras, com Vinícius a perscrutar o caminho e Rodrygo a obrigar Ederson a sair corajosamente aos pés de Benzema para evitar o empate.

Mas quando os campeões europeus pareciam dispostos a mudar o rumo da eliminatória, com Kroos a abanar a barra num disparo de meia distância, eis que Bernardo Silva surgiu a interromper abruptamente a reacção espanhola: Um remate aparentemente inofensivo de Gundogan ressaltava no pé de Militão, colocando a bola ao nível da cabeça do português, que deixou Alaba pregado no solo, assinando um bis ao Real Madrid — só tinha marcado ao Bayern Munique nos “quartos” — numas meias-finais de Champions, algo que apenas Messi (2011, com Guardiola) e Lewandowski (famoso póquer pelo Dortmund) tinham conseguido.

E, a menos que o Real Madrid repetisse a sanha da edição anterior e marcasse dois golos, o segundo finalista da Liga dos Campeões estava encontrado. Faltava apenas a confirmação que Akanji forçou Militão a fornecer num autogolo (76’) que acabou com quaisquer esperanças do Real Madrid.

Carlo Ancelotti percebia claramente que apenas restava a defesa da honra dos campeões, o que Benzema e Lucas Vázquez poderiam ter traduzido num golo a sete minutos dos 90. Momento de consolação negado por Ederson, que manteve a baliza intocável e o triunfo do City imaculado. A despedida seria ainda mais cruel com o quarto golo dos ingleses, por Julián Álvarez, a selar a qualificação.

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