Aveiro: renovação da Av. Lourenço Peixinho desesperou comerciantes mas o fim está à vista

Inauguração da obra está marcada para o próximo sábado. Comerciantes lamentam o atraso e os prejuízos, mas esperam que tenha valido a pena o esforço.

NOVA AVENIDA DR LOURENCO PEIXINHO EM AVEIRO
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A inauguração está agendada para as 16h deste sábado, mas a festa irá estender-se ao longo de praticamente todo o dia ADRIANO MIRANDA / PUBLICO
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Ainda se ouvem máquinas a trabalhar no troço final da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, junto à estação de comboios de Aveiro. A poucos dias da grande festa de inauguração - acontece no sábado -, plantam-se as últimas árvores e ajeitam-se as floreiras, cumprindo aqueles que serão os últimos retoques da empreitada iniciada em finais de Agosto de 2020. Foram quase três anos com cortes e alterações ao trânsito, que deixaram más memórias a quem tem negócios na principal artéria da cidade. Resta a esperança de que a requalificação traga mais gente para rua e, consequentemente, mais negócios.

“Foi demasiado tempo com obras”, lamentou Jorge Reis, proprietário do café Xamate. “Muito pó, muito barulho e muito tempo sem esplanada”, acrescentou a sua mulher, Sandra, que anda a contar os dias para poder voltar a instalar as mesas e as cadeiras no exterior do café. “A obra até que ficou bonita. Agora, só me falta a esplanada”, vincou.

Uns metros à frente, os últimos meses foram vividos com ainda mais desespero. Com o trânsito cortado à porta, a loja de electrodomésticos Cidel sofreu grandes transtornos a cada carga e descarga. “Os camiões tinham de ficar na Rua Von Haff e, durante o tempo em que estivemos sem calçada aqui à frente, nem sequer dava para transportar os electrodomésticos no carrinho de mão”, apontou Bruno Coimbra, funcionário daquele estabelecimento há 40 anos. Isto para já nem falar “da lama, em dias de chuva”, prosseguiu.

Bruno Coimbra também faz votos de que tenha valido a pena todo este transtorno, ainda que levante dúvidas à forma como o trânsito vai circular na avenida. “Está melhor para o peão e dá gosto ir ao passeio e conseguir ver o fundo da avenida, mas não sei se uma ambulância vai conseguir passar numa altura em que esteja fila”, reparou. A sua apreensão fica a dever-se ao facto de a renovada avenida afunilar as duas faixas - uma delas reservada a autocarros e bicicletas - numa só, em cada rotunda.

Para quem circula de bicicleta, no entender da Ciclaveiro, a “nova” avenida está longe de oferecer as condições que seriam desejáveis. “É verdade que andamos agora num alcatrão todo lisinho, mas não conseguimos circular sem levar ora com um carro mal estacionado, ora com uma porta de um automóvel a abrir, ora entre autocarros”, lamentou Joana Ivónia, da associação que sempre defendeu a criação de vias exclusivas para bicicletas.

Uma empreitada feita por fases

A obra de requalificação acabou por estender-se muito para além do prazo de execução inicialmente previsto (16 meses). O presidente da autarquia, Ribau Esteves, já explicou que o atraso ficou a dever-se, em grande medida, à decisão de realizar a empreitada por fases. “Decidimos dividir a avenida por áreas para procurar uma relação mais compatibilizada possível da obra com a vida e foi uma decisão muito acertada”, justificou o edil, em Março, durante uma visita às principais obras do PEDUCA – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro.

A presidência da autarquia destaca o facto de este investimento de 4,34 milhões de euros ter permitido valorizar o espaço destinado ao peão, a partir da criação de “passeios amplos, com larguras superiores a cinco metros em toda a sua extensão” e da “redução das vias de circulação automóvel e a limitação da velocidade, para o máximo de 30km/h”. Ao nível da gestão do tráfego, é destacada a “retirada dos semáforos e a colocação de pequenas rotundas, que possibilitam assim o atravessamento da avenida, sem ter de a percorrer longitudinalmente”.

A presidência da câmara anuncia também que foi “aumentando e qualificando” o parque arbóreo da avenida, “passando de 69 para 147 árvores” - em comunicado, é referido que as árvores da “velha” avenida foram transplantadas para outros espaços verdes do município, nomeadamente o Parque da Cidade de Aveiro e o Parque Aventura, em Esgueira.

A inauguração está agendada para as 16h deste sábado, mas a festa irá estender-se ao longo de praticamente todo o dia. A partir das 10h, e até às 23h, a autarquia promete “tornar a avenida num palco para artistas, instituições e agentes culturais, numa reunião de música, dança, teatro, cinema, artes visuais e diversas outras áreas, reveladas tanto em lugares convencionais como em locais improváveis”.

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