Novas inscrições de desempregados aumentam quase 15% em Março

Ao longo do mês 48.125 desempregados inscreveram-se nos centros de emprego. Apesar disso, o número total de desempregados registados recuou no final de Março.

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Março fechou com 306.157 desempregados, menos 6,2% do que em 2022 e menos 3% face a Fevereiro Rui Gaudêncio

Ao longo do mês de Março, 48.125 pessoas desempregadas inscreveram-se nos centros de emprego, o que representa um aumento de cerca de 15% face a Fevereiro anterior e a Março de 2022. Apesar deste movimento, o total de desempregados registados no final do mês recuou pelo segundo mês consecutivo, sinal de que aqueles que saíram das listas do desemprego são mais do que os que se registaram de novo.

Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) dão conta de 306.157 desempregados, menos 6,2% do que no período homólogo de 2022 e um recuo de 3% em comparação com o mês anterior.

Para a diminuição homóloga do desemprego registado contribuíram os indivíduos com 25 ou mais anos (-19.678), os que procuram novo emprego (-18.711) e os inscritos há 12 meses ou mais (-42.831).

Quase todos os grupos profissionais apresentaram diminuições nas variações homólogas, destacando-se os "especialistas das actividades intelectuais e científicas” (-8,2%), os "técnicos e profissões de nível intermédio"(-6,5%) e o "pessoal administrativo"(-5,6%), refere o IEFP nas estatísticas agora divulgadas.

O recuo homólogo do desemprego também foi particularmente expressivo na Madeira (-32,8%), no Algarve (-14,3%) e nos Açores (-13,9%), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (-6,3%) e o Norte (-5,2%).

No Alentejo, o número de desempregados inscritos teve um aumento significativo, de 7,2%, enquanto no Centro o aumento foi de 0,7%.

Apesar da melhoria da situação do desemprego registado pelo IEFP no final do mês, as novas inscrições registaram uma subida.

Ao longo do mês, 48.125 desempregados recorreram aos centros de emprego, número superior em 14,9% face ao observado em Março de 2022 e em 14,7% na comparação com Fevereiro deste ano.

Os dados mostram que já as ofertas de emprego recebidas ao longo do mês aumentaram 47,7% face a Fevereiro e 0,4% em relação ao ano passado, totalizando 14.473.

As actividades económicas com maior expressão nas ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês, refere o IEFP, foram o “alojamento, restauração e similares" (18,9%), as "actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio" (18,1%) e o "comércio por grosso e a retalho" (12,3%).

Também as colocações de desempregados feitas ao longo do mês aumentaram para um total de 9033, concentradas nos “trabalhadores não qualificados” (30,4%), nos "trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores" (21,7%), e no "pessoal administrativo" (11%).

Numa nota divulgada também nesta quinta-feira a propósito destes dados, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social destacou os números do desemprego jovem.

“O número de jovens desempregados inscritos no IEFP foi o mais baixo de sempre (34.232 pessoas), nos meses de Março, registando uma diminuição de -1,8% (-622 pessoas) face ao mês homólogo. Neste mês, foi registada uma descida em cadeia de -1,2% (-416 jovens)", refere o ministério de Ana Mendes Godinho.

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