Saída de Vítor Pereira iminente após nova desilusão no Flamengo

Contestação ao técnico português sobe de tom na sequência da derrota na final do campeonato carioca. É o quarto troféu perdido em três meses.

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A desilusão de Vítor Pereira depois de perder a final com o Fluminense EPA/Antonio Lacerda

A margem de manobra de Vítor Pereira ao leme da equipa principal do Flamengo terá chegado ao fim. A gota de água que fez transbordar o copo foi a derrota pesada às mãos do Fluminense (4-1), na final do campeonato carioca, que transformou estes três meses e pouco de “reinado” num autêntico pesadelo desportivo para os adeptos “rubro-negros”.

As horas que se seguiram ao copioso desaire que inverteu a tendência da eliminatória, no Maracanã — na primeira mão, o Flamengo tinha vencido por 2-0 —, têm sido de desalento e de forte especulação sobre o eventual sucessor do treinador português. O divórcio entre Vítor Pereira e o emblema do Rio de Janeiro ainda não foi consumado, mas as informações recolhidas dão esse cenário como praticamente inevitável, estando a separação apenas pendente de um acordo entendido como satisfatório para ambas as partes.

A possível demissão de Vítor Pereira, que assumiu o comando do Flamengo apenas nos primeiros dias deste ano, tem sido um tema recorrente ao longo das últimas semanas, fruto de uma sequência negativa de resultados que fez cair por terra as ambições da direcção. Neste período de pouco mais de três meses, o “Fla” foi derrotado na Supercopa do Brasil, pelo Palmeiras, na Recopa Sul-Americana, pelo Independiente Del Valle e nas meias-finais do Mundial de Clubes, pelo Al Hilal — ou seja, falhou a conquista de todos os troféus possíveis até à data.

Neste contexto, Marcos Braz, vice-presidente do Flamengo que mais tem dado a cara, tem tentado evitar o tema de uma eventual rescisão, mas no final da partida com o Fluminense não foi tão contido. “Não é o resultado que a gente queria, perder da maneira que a gente perdeu. Temos que rever alguma coisa, mas isso não passa por alguma troca ou situação que você vá decidir às 22h ou 23h. Com calma vou estar com as pessoas que devo estar, muito provavelmente vou estar com o Vítor”.

Os números acumulados até à data fragilizam, e de que maneira, a posição do treinador. Foram 19 jogos disputados, em quatro competições distintas, que renderam 11 vitórias, dois empates e seis derrotas. Uma entrada em cena demasiado pobre para um clube que, em Dezembro, decidiu mudar de equipa técnica porque entendeu que dois troféus numa época (Taça do Brasil e Taça dos Libertadores) não eram suficientes. Um clube ao qual tem faltado estabilidade desportiva e que, desde o início de 2019, já foi orientado por oito treinadores.

Mesmo tendo este vaivém em conta e as dificuldades que Vítor Pereira foi enfrentando, com algumas lesões e com um elemento influente como De Arrascaeta diminuído por uma pubalgia, as exibições da equipa têm ficado muito aquém do talento de dispõe o plantel e das ambições da direcção e dos adeptos. O próprio treinador português reconheceu que foi negativamente surpreendido pela última partida.

“O clube é que toma decisões, não sou eu. Eu vim para o Flamengo no sentido de trabalhar, melhorar a equipa, construir uma equipa forte e estou mais do que convencido de que isso é possível. Ninguém se prepara para vir aqui depois de uma derrota, porque eu próprio não estava preparado para isso. A mim também me surpreendeu o nível que apresentámos, mas o futebol é assim”, assinalou no final do encontro, altura em que começou a ganhar força, novamente, um nome recorrente como solução para todos os males: Jorge Jesus.

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