Os mais ricos estão mais pobres. No último ano, quase metade das fortunas emagreceu

Os multimilionários de todo o mundo valem, hoje, 12,2 biliões (de milhões de milhões). Uma quebra, face ao ano passado, de 500 mil milhões, relata a Forbes.

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Em termos geográficos, os Estados Unidos continuam a ostentar o maior número de multimilionários, seguidos da China e da Índia Jason Leung/Unsplash

A lista dos mais ricos do mundo de 2023, revelada na terça-feira pela Forbes, indica que quase metade dos multimilionários está mais pobre do que há um ano, a começar por Elon Musk. O fundador da Tesla viu a sua fortuna sofrer um duro golpe após a avultada aquisição do Twitter, que viria a ser penalizada pelos accionistas da construtora automóvel. Há um ano, Musk era o primeiro, mas em 2023 cede o pódio ao presidente do conglomerado de artigos de luxo LVMH, Bernard Arnault.

Aos 74 anos, Arnault, com uma fortuna estimada de 211 mil milhões de dólares (193,28 mil milhões de euros), é o primeiro francês a ocupar o primeiro lugar de uma tabela que organiza as riquezas de 2640 multimilionários, embora já antes se tivesse destacado na linha da frente do index de multimilionários da Forbes em tempo real.

O segundo lugar fica com o dono do Twitter, com 180 mil milhões (164.890 milhões de euros), mas com tendência para cair, ainda que falte muito para ser apanhado pelo detentor do terceiro posto: Jeff Bezos, que fundou a gigante do comércio electrónico Amazon, em 1994. Bezos, conhecido por ser um dos que mais doa a organizações de beneficência e solidariedade, aparece com uma riqueza de 114 mil milhões de dólares (104.455 milhões de euros), depois de já ter liderado o ranking.

Globalmente, ao longo do último ano mantiveram-se 2640 fortunas de dez dígitos, menos 28 do que há um ano, mas as saídas e entradas foram superiores: abandonaram a lista 254 pessoas, caso do rapper Kanye West, com uma saída a destacar-se por ter sido voluntária. Yvon Chouinard, que fundou a marca Patagonia, em 1973, doou, em Setembro de 2022, a sua fortuna a um fundo e a uma organização sem fins lucrativos focada nas crises ambientais.

Entre as novas entradas, destacam-se o músico Jimmy Buffett, com os seus negócios de restaurantes, hotéis e casinos; Tom Ford, que vendeu o seu negócio de vestuário, fragrâncias, cosméticos e cuidados com a pele à Estée Lauder por 2,8 mil milhões de dólares em Novembro; e duas estrelas do desporto com os seus investimentos paralelos: o golfista Tiger Woods e o basquetebolista LeBron James.

Os multimilionários de todo o mundo valem, hoje, 12,2 biliões (11 milhões de milhões de euros), o que representa uma quebra, face ao ano passado, de 500 mil milhões (458.106 milhões de euros), reflectindo o facto de quase metade dos ricos estar mais pobre, informa a Forbes.

Em termos geográficos, os Estados Unidos continuam a ostentar o maior número de multimilionários, seguidos da China e da Índia.

A idade média dos multimilionários do mundo é 65 anos, mas há pelo menos 15 com 30 ou menos anos, como Michal Strnad, do Czechoslovak Group, um dos maiores fornecedores de armas e munições ao Exército ucraniano; ou Mark Mateschitz, que herdou 49% do negócio de bebidas energéticas Red Bull do pai, que morreu em Outubro de 2022.

As pessoas mais ricas do planeta continuam a ser sobretudo homens. A Forbes elencou apenas 337 mulheres no ranking deste ano e a mulher mais rica do mundo continua a ser a francesa Françoise Bettencourt Meyers, neta do fundador da L'Oréal.

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