FPF confirma Marrocos como aliado para o Mundial 2030: “É uma candidatura histórica”

Papel da Ucrânia na proposta conjunta à organização do Campeonato do Mundo será “clarificado” no futuro.

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Momento do jogo entre Marrocos e Portugal no Mundial do Qatar Reuters/KAI PFAFFENBACH

A notícia tinha sido avançada, na terça-feira, pelo ministro dos Desportos de Marrocos e a confirmação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) chegou um dia depois. Através de um comunicado, o organismo presidido por Fernando Gomes anunciou que Marrocos se juntou à candidatura ibérica à organização do Mundial 2030, sem afastar definitivamente a Ucrânia da equação.

“Fernando Gomes e Luis Rubiales, presidentes da FPF e da RFEF, alcançaram o acordo com Fouzi Lekjaa, presidente da Federação Real Marroquina de Futebol, para formalizar a candidatura mais forte possível a nível social, desportivo, cultural e de infra-estruturas”, adiantam os responsáveis da FPF.

A decisão foi anunciada nesta quarta-feira aos representantes das federações europeias na reunião da UEFA, organizada à margem do Congresso da FIFA, que decorre em Kigali, no Ruanda, e foi “recebida de forma muito positiva”. “É uma candidatura histórica, já que pela primeira vez seria realizado um Mundial em dois continentes”, acrescenta o comunicado.

Na prática, esta adição à candidatura ibérica não interfere no número de cidades e estádios-sede que corresponderão a Espanha e Portugal, confiando os responsáveis da federação portuguesa que a entrada de Marrocos “contribuirá para reforçar os laços entre a Europa e África, bem como todo o Mediterrâneo”.

Quanto ao papel da Ucrânia nesta proposta, fica ainda por esclarecer devidamente. “A participação da Ucrânia no projecto será clarificada em tempo oportuno devido à situação que o país atravessa, bem como do presidente da Federação Ucraniana de Futebol, Andrii Pavelko, que está actualmente suspenso das suas funções”, pode ler-se.

Num quadro concorrencial em que está já confirmada uma candidatura conjunta sul-americana, que envolve Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, e em que se perfila uma outra proposta que junta Arábia Saudita, Egipto e Grécia, esta movimentação de Marrocos poderá ter um impacto significativo. Isto porque muito provavelmente irá gerar uma divisão importante de votos oriundos de África — que, na ausência de outra opção, recairiam no projecto que conta com os egípcios a bordo.

A escolha da sede do Campeonato do Mundo é feita mediante o voto das 211 federações que compõem o universo da FIFA, com excepção dos países candidatos. Na mais recente atribuição do torneio, que em 2026 decorrerá nos EUA, México e no Canadá, Marrocos também apresentou uma candidatura, tendo recolhido a larga maioria dos votos das federações africanas (41 contra 11, que votaram na proposta norte-americana), mas também de paragens mais longínquas, como o Brasil ou a China.

O prazo limite para a aprovação das candidaturas é o próximo mês de Junho, estando a decisão sobre a proposta vencedora agendada para o terceiro trimestre de 2024. Certo é que o desafio logístico será bem maior do que o assumido pelo Qatar, há uns meses, depois de ter sido aprovado, no Congresso da FIFA, o alargamento do número de selecções participantes, das habituais 32 para 48. Um formato que arrancará já dentro de três anos.

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