Portugal, Espanha e Ucrânia, uma candidatura “de paz” ao Mundial de 2030

Fernando Gomes explicou nesta quarta-feira que a proposta mereceu total apoio da UEFA.

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“É uma honra anunciar que Portugal e Espanha incorporaram a Ucrânia na candidatura conjunta ao Mundial 2030. É por isso que aqui estamos hoje”, anunciou nesta quarta-feira Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Nyon, na Suíça, confirmando o que já havia sido noticiado nos últimos dias.

Num encontro que reuniu, à mesma mesa, o líder do organismo português e os homólogos da Espanha, Luis Rubiales, e da Ucrânia, Andrey Pavelko, Fernando Gomes sublinhou que o futebol não pode ficar indiferente ao que se tem passado na Europa e que deve dar um sinal de solidariedade.

O dirigente português destacou o “apoio incondicional” que recebeu da UEFA a proposta de inclusão da Ucrânia na candidatura ibérica e enfatizou que o desporto tem a obrigação de dar o exemplo: “O futebol é muito mais do que futebol. Futebol é superação, compromisso, resiliência e inspiração”.

“A ideia partiu das pessoas que em 2018 iniciaram um processo que tem conduzido à candidatura ibérica. Não somos indiferentes ao que se está a passar no mundo e sempre pensámos que uma candidatura europeia pudesse ser uma candidatura que unisse a Europa em prol de um bem comum, que é a paz. Perguntámos à UEFA se esta ideia fazia sentido e recebemos um sinal positivo”, detalhou Fernando Gomes.

Muito bem posicionada para ganhar o direito de organizar o Mundial de 2030, especialmente depois de a proposta britânica ter sido retirada, em favor da corrida ao Europeu de 2028, a candidatura ibérica ganha agora um aliado de peso. Em que medida é que a inclusão da Ucrânia reforça o alegado favoritismo?

“Esta candidatura é de paz, é uma candidatura ganhadora”, reforçou o presidente da FPF, mostrando-se confiante na recuperação do território ucraniano ao longo dos próximos anos, por forma a oferecer as condições logísticas necessárias (depois da destruição de vários estádios e edifícios públicos) à realização da prova.

Madrid continuará a ser a sede desportiva do evento, enquanto Lisboa mantém o estatuto de sede administrativa, acrescentou Luis Rubiales, deixando também claro que as federações têm o apoio dos respectivos Governos e que a principal mensagem que pretendem transmitir é de esperança.

Minutos depois desta declaração, o primeiro-ministro de Portugal deu corpo a esta idea: “Já demonstrámos capacidade para organizar eventos de primeira linha. Portugal e Espanha estão prontos para receber, juntamente com a Ucrânia, o Mundial de Futebol de 2030. Queremos um campeonato para a paz, mostrar o melhor do desporto, mas também os melhores valores da Europa”, escreveu no Twitter.

Na corrida ao Campeonato do Mundo, esta candidatura tripartida enfrentará a concorrência de Marrocos, do Uruguai/Argentina/Paraguai/Chile e do Egipto/Grécia/Arábia Saudita. Até ver, foram estes os países que formalizaram propostas, estando prevista uma decisão final sobre o vencedor no Congresso da FIFA que se realizará em 2024.

“A Ucrânia não pode desaparecer das nossas memórias depois de a guerra acabar. Quando esse dia chegar, tenho a certeza de que a Ucrânia continuará a precisar de ajuda e nós queremos e vamos estar presentes. Ajudar os ucranianos significa integrá-los em projectos desta dimensão”, concretizou Fernando Gomes.

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